A leveza impossível dos encontros felizes
'Muito mais que o amor' no Atheneu
Publicado em 30 de outubro de 2013
Por Jornal Do Dia
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Ano passado, quando a Vanguart visitou Aracaju com Boa parte de mim vai embora – um hino de iniciação à maturidade, entoado com inflexão Blood on the tracks -, Hélio Flanders me garantiu que o sol despontaria no horizonte da banda. Não mentiu. Muito mais que o amor, o ensolarado terceiro disco dos caras, coloca a discografia da Vanguart em perspectiva, iluminando os diferentes estágios de sua trajetória com um otimismo capaz de matar os derrotistas de vergonha.
Talvez seja exagero classificar os discos da Vanguart como trabalhos conceituais. Não há como negar, contudo, a atmosfera distinta que parece governar cada um dos registros. Mesmo no debut embalado pelo hit ‘Cachaça’, quando a ausência de parâmetros bem definidos poderia soterrar a força inata das canções, é possível perceber a energia adolescente que acaba definindo suas feições ao longo do disco homônimo. A Vanguart ainda estiva se descobrindo, mas tinha segurança pra dar e vender.
Nada sugeria, entretanto, a porrada guardada nas composições reunidas em Boa parte de mim vai embora. "A questão é que a gente não queria ficar usando fórmulas e nos auto-plagiando, aí foi aquela luta pra encontrar algo que fizesse sentido dentro do universo que foi, era e seria o Vanguart até o lançamento daquele álbum", explicou Flanders.
Um universo em transformação constante, como fica provado em Muito mais que o amor. A leveza impossível dos encontros felizes em 11 faixas certeiras e serenas. Sem artifícios. Sem muita firula. Sentimento de sobra. Amor pouco é bobagem.
Vanguart apresenta ‘Muito mais que o amor’ no Teatro Atheneu:
Sexta-feira, 01 de novembro, às 19 horas