Segunda, 16 De Junho De 2025
       
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Não pode ser ruim


Publicado em 31 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia


COM MAIÔ DE DUAS PEÇAS, DJANIRA REALÇAVA O SEU CORPO PERFEITO (ILUSTRAÇÃO: CARLOS ZÉFIRO)

DJALDINO MOTA MORENO, CINÉFILO E PESQUISADOR COMPULSIVO

Passei a freqüentar um novo puteiro, o da Filó, velha cafetina baiana que tinha fama de só aceitar no seu estabelecimento raparigas novas, saudáveis e bonitas. Ficava localizado na Rua do Bomfim, entre Simão Dias e Siriri. Local bastante amplo e asseado, onde "moças" de fino trato e quase sempre seminuas, recebiam os clientes sempre com um sorriso largo e descontraído, mas com gestos contidos, tudo muito bem orquestrado pela "velha" Filó, cafetina de longa experiência adquirida nos "castelos" do Maciel, na Salvador de todos os santos e de todos os demônios… Amém!

Foi lá que conheci Djanira, uma graça, apenas um metro e meio de altura, loirinha da cabeça aos pés, seios pequenos, bundinha arrebitada, olhinhos verdes da cor do mar e da tentação. Sua voz era como a de uma gata siamesa. Ela não falava, miava aos meus ouvidos, o que me deixava louco. E de vez em quando, no auge da excitação, deixava a marca de suas unhas nas minhas costas e na minha bunda… coisa de louco!
Ela me acordou numa manhã de domingo e eu, sonolento ainda, matutava se devia me levantar ou não. Eram dez horas e o silêncio reinava absoluto no puteiro. Todos ainda dormiam; que ninguém é de ferro… mas Djanira não. A gata siamesa estava ali, de pé, aos pés da cama, queria ir à praia, imagina. E comigo, depois do café da manhã que ela havia preparado para nós dois: cuscuz de milho com leite de coco, macaxeira, pão torradinho passado na manteiga, tripa de porco assada, além, é claro, de um delicioso suco de mangaba, o meu favorito.

Tudo bem, até que eu poderia ir à Praia Formosa com ela, mas antes tinha que passar em casa, avisar à minha tia Chiquinha, pra não deixá-la preocupada, e vestir um calção de banho.
– Depois do café você fará isso, benzinho; – disse Djanira, dando-me um beijo inocente no rosto, como uma casta donzela
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Ao chegarmos à praia era quase meio-dia e já não tinha muita gente, melhor assim, pensei, pois a gente podia ficar à vontade, sem olhares curiosos à nossa volta. Olhares, quase todos, com certeza, de reprovação, porque por mais que Djanira fosse "fina", tinha certos trejeitos que não deixavam dúvidas quanto à sua condição de prostituta.

Com maiô de duas peças realçando o seu corpo perfeito, Djanira estendeu uma esteira na areia, sobre a qual deitou-se languidamente, pedindo-me para fazer o mesmo.
– Estou muito excitada; – ela disse, acrescentando: – Vem, benzinho, vem juntar o seu fogo ao meu, vem respirar o odor de minha pele contra a sua.

O lugar era isolado, cercado por exuberante manguezal, propício à libertinagem. Ela queria que eu a sentisse rebolar por baixo de mim, que eu sentisse os seus dedos grudados na minha bunda e… o seu rápido respirar transformou-se rapidamente em gargalhada febril.

Sem dúvida uma experiência desafiante, uma sensação de que o que está acontecendo naquele momento, num local público nos abre para as profundezas do nosso ser, proporcionando-nos suspiros mais vivos do que alguém que tivesse nos dado um flagra. Uma sensação verdadeira de felicidade cósmica, um sentimento de assombro que no ato sexual e na entrega mútua, eu sempre encontro o único valor real e propósito do nascimento do ser, da vida e da morte.

Djanira beija-me o pescoço e sussurra igual ao miado de uma gata siamesa:
– Benzinho, eu não o compreendo, realmente. Hoje não… amanhã, talvez… mas gosto de flutuar com você dentro de mim. Você preenche todos os meus sentidos. Você é tudo o que eu sempre sonhei. E isso não pode ser ruim, não pode. (Extraído do meu livro de memórias inédito, "Raparigas e Cafetinas da Minha Adolescência em Aracaju")

Livros de pesquisas em lançamento

No dia 7 de agosto, a partir da oito da noite, acontecerá na G1 Galeria de Arte Álvaro Santos, o lançamento dos livros "Clemente Freitas, o Pioneiro da Arte Cinematográfica em Sergipe" e "Desbravando Caminhos Para as Artes Plásticas", de Djaldino Mota Moreno.

O primeiro livro é uma pesquisa com foco na difusão da história da arte da imagem em movimento no estado de Sergipe, através da contribuição do cinegrafista estanciano Clemente de Freitas. É prefaciado pelo ator e diretor César Macieira, de saudosa memória, segundo o qual a obra é "de grande importância para o resgate do início da cinematografia em Sergipe".

O segundo livro registra as exposições realizadas na Galeria de Arte Florival Santos, do Centro de Cultura e Arte da UFS, além de dados biográficos do patrono da Casa, ele que foi um grande incentivador de jovens talentos na arte do manejo das tintas e dos pincéis. Além, é claro, de um dos maiores artistas plásticos de Sergipe, ao longo de toda a sua história.

Segundo o crítico de arte Léo Mittaraquis, autor da orelha do livro, trata-se de uma obra "digna de figurar entre as que de melhor já se produziu aqui, em termos afins. "E para o artista plástico Joel Dantas", é um trabalho de pesquisa pioneiro em Sergipe, pelo seu cuidadoso registro das exposições individuais e coletivas realizadas na Galeria de Arte Florival Santos.

Pra quem não sabe, Djaldino Mota Moreno é crítico e pesquisador de cinema, diretor, roteirista, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e coordenador do Núcleo regional de Sergipe do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro.

Mulher do século
"Eu sou a mulher do século Vinte e Um: peito, bunda e piu-piu!" – Leo Áquila – jornalista e ator transformista, durante confinamento no reality show "A Fazenda", da TV Record.

Geleia Geral
… "O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas". – Martin Luther King.

… Profundamente lamentável que um comediante do quilate de Tom Calvacante esteja há um montão de tempo fora da TV, desde sua rescisão de contrato com a Record. Enquanto isso a mediocridade continua dominando o "Zorra Total" (Globo) e "A Praça é Nossa" (SBT), exemplos típicos do que há de pior em matéria de humorístico de televisão. Ultrapassados, tal e qual o Carlos Alberto de Nóbrega (SBT) e Maurício Schermann (Globo).

… Em suas memórias póstumas, o ator Tony Curtis (falecido aos 85 anos, em 2010) confessa ter se apaixonado por Marilyn Monroe bem antes de ter contracenado com a deusa platinada em "Quanto Mais Quente, Melhor". Segundo ele, a superstar "irradiava uma aura extraordinária de cordialidade, bondade e sexualidade". E acrescenta eufórico: "Eu jamais sentiria nada igual!"

… O Teatro Tobias Barreto continua sendo palco de uma enxurrada de espetáculos caça-níqueis que aportam por aqui impunemente, tipo "Em Briga de marido e Mulher Ninguém Mete…" sem nenhum critério de seletividade. Um teatro como o Tobias Barreto deveria abrigar apenas grandes espetáculos como "Um Anjo Safado", o que de melhor se produziu em plagas sergipanas / africanas nos últimos dez anos.

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