Novo caso de meningite causa morte em Sergipe
Publicado em 21 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Foi registrado mais um caso de óbito por meningite em Sergipe. Natália Feitosa Amaral de Oliveira, uma adolescente de apenas 12 anos foi a vítima. A morte aconteceu na madrugada de quinta-feira, dia 19, no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju, mas ela passou antes pelo Hospital de Estância.
Segundo o infectologista da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio, o caso da adolescente não é considerado contagioso porque houve um histórico de trauma crânio encefálico, o que facilita a entrada da bactéria. "A garota caiu de uma beliche há 15 dias, apresentou febre e dores de cabeça. Esta semana ela teve febre e rebaixamento do nível de consciência. Nesse caso, a meningite é secundária, ocorreu por causa da queda, ou seja, esse caso não é considerado como contagioso", explicou o infectologista. Na declaração de óbito consta que a causa morte foi traumatismo crânio encefálico.
Ele fez questão de ressaltar que o caso nada tem a ver com o surto que ocorreu no inicio de 2012, em Areia Branca. "A pancada que a menina sofreu na cabeça é que facilitou a entrada de microorganismo originários da garganta e do ouvido no cérebro. Então, a causa imediata foi a meningite, no entanto, a causa básica foi a pancada".
Marco Aurélio comentou que os casos de meningite existem durante todo o ano, porém, no passado, os números registrados eram bem maiores. Há também os casos mais complexos e os mais simples. "O número de casos de meningite registrados no estado tem diminuído ao longo dos anos. Este ano são 13 casos confirmados, com três óbitos. Em 2012 foram 81 registros e 18 mortes. Em 2011 houve 61 caos e 10 óbitos e em 2010, 75 casos confirmados", esclareceu o médico.
Ele destacou também que várias bactérias causam meningite e que para combatê-las existem as vacinas. "Já temos vacinas para as meningites mais frequentes, mas há alguns tipos que ainda não existem vacinas", observou. Segundo ele, a doença é considerada grave porque a infecção envolve o cérebro.
O infectologista chama a atenção para os cuidados que se deve ter, e assim evitar a doença. "Os pais devem manter o cartão de vacinação das crianças atualizado, porque existe a vacina para um dos tipos de meningite na rede pública. No geral as pessoas devem manter o ambiente limpo, arejado, pois essa postura dificulta a transmissão da bactéria que causa meningite", alertou.
A última morte de meningite aconteceu no dia 21 de agosto. Uma criança de 5 anos estava internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Urgência de Sergipe faleceu por causa da doença.
Os tipos mais comuns da doença são: a viral e a bacteriana. A primeira é causada por vírus e a bacteriana é causada pela bactéria Neisseria Meningitidis. Esse é o tipo mais grave e se não for diagnosticada de forma precoce pode levar à morte ou deixar sequelas como surdez ou lesões cerebrais.
Os sintomas mais comuns da meningite para a maioria das pessoas são dor de cabeça, febre e rigidez de nuca (pescoço duro quando tenta flexioná-lo). Algumas vezes, especialmente em crianças pequenas, somente sintomas inespecíficos podem estar presentes, como irritabilidade. O tratamento das meningites bacterianas é feito com antibióticos aplicados na veia. Em casos de suspeita da doença o ideal é procurar a unidade de saúde mais próxima.