Quarta, 11 De Dezembro De 2024
       
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O segundo álbum de Polayne


Publicado em 22 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Incontornável (Divulgação)

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Eu estava certo de jamais ouvir um segundo álbum de Patrícia Polayne. A promessa renovada ao longo dos últimos anos, década e meia, um single aqui, outro ali,exalava o calor da vela acesa diante dos crentes – um facho de luz, uma centelha, apenas, sem força para romper o véu da doutrina, os cultos e sua liturgia.
Nem fé, nem esperança. O Comboio das Ilusões veio a lume, contudo, recompensando a obstinação dos convertidos. No álbum recém lançado, Polaynese afirma de novo como uma cantora impecável, além de compositora muito original. Com apenas dois discos, ela se fez, sem tirar nem por, uma referência incontornável, uma artista exemplar da música realizada aqui e agora, às margens do Vaza Barris, no coração da aldeia.
O longo intervalo transcorrido desde o lançamento de O Circo Singular (2009), quando Polayne renovou a linguagem musical do lugar, depunha contra a sua disposição criativa.Os anos passavam, mas o disco anunciado aos quatro ventos não ganhava  forma palpável. Eu mesmo acusei a falta com todas as letras, imperdoável, doido para morder a língua.
Mordo a língua, satisfeito, portanto. Ajoelho no milho. Após tanto tempo recolhida, por assim dizer, a artista foi tomada por uma espécie de esfinge, uma hipótese à espera de confirmação. Felizmente, O Comboio das Ilusões redime todas as dúvidas: Polayne é ainda a mesma, sob as vestes do tempo presente.
O novo álbum de Polayne é um registro repleto de sua personalidade autoral. Aqui, o lirismo e a teatralidade da inflexão límpida reverberam em alto e bom som, mãos dadas com a roupagem de uma sonoridade pop classuda, obra e graça do produtor Dudu Prudente. Meio bruxa, meio bicho, ela sangra. E canta as próprias feridas como ninguém.
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