Segunda, 10 De Fevereiro De 2025
       
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Pesquisa mostra que óleo encontrado está associado a depósitos de parafina no Nordeste


Publicado em 21 de setembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


“Estudar esses parâmetros geoquímicos a partir da avaliação de moléculas permite identificar o tipo de matéria orgânica que deu origem ao material e quanto tempo ele levou para ser produzido geologicamente ao longo do tempo,” ressalta o pesquisador.

Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) identificaram que o óleo encontrado em praias dos dois estados nordestinos desde o mês passado está relacionado ao derramamento de material de depósitos de parafina de tanques de armazenamento de óleo bruto.
Os resultados preliminares da análise química que detectou o produto derivado de petróleo foram divulgados nesta segunda-feira, 19, pelo Grupo de Petróleo e Energia da Biomassa da UFS, em parceria com o Grupo de Petróleo, Energia e Espectrometria de Massas da UFRPE.
O professor do Departamento de Química da UFS, Alberto Wisniewski Júnior, é um dos líderes da pesquisa. Segundo ele, diante das circunstâncias de acidentes ou desastres com petróleo e derivados, o primeiro passo foi avaliar os aspectos geoquímicos orgânicos do óleo.
“Estudar esses parâmetros geoquímicos a partir da avaliação de moléculas permite identificar o tipo de matéria orgânica que deu origem ao material e quanto tempo ele levou para ser produzido geologicamente ao longo do tempo,” ressalta o pesquisador.
O óleo recolhido nas praias também está passando por análises de petroleômica, que consiste na caracterização de petróleos e derivados por espectrometria de massas de altíssima resolução. Trata-se de um metódo que investiga classes de compostos químicos que não são comumente vistas por técnicas convencionais.
Wisniewski também chama a atenção para as diferenças no aspecto físico entre as manchas de 2019 e de 2022. Enquanto o material encontrado há três anos aparentava ser processado, os novos resíduos têm características de óleo cru, sendo um derivado do petróleo conhecido como tar balls, por apresentar um formato de “pequenas bolotas”.
“Em geral, já sabemos que o novo material é originado de um derrame de óleo que já tenha uma propriedade específica que passa muito tempo no ambiente sofrendo alterações pelas intempéries, levando a formação deste produto,” acrescenta o professor.
Apesar das diferenças físicas entre as substâncias de 2019 e 2022, o foco dos pesquisadores é descobrir se há semelhanças na composição química dos dois materiais para ajudar a descobrir a origem do novo derramamento. Por enquanto, Wisniewski afirma não descartar nenhuma hipótese de relação química entre os óleos.

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