Poço Verde e Glória entram em situação de emergência

Milton Alves Júnior

O mapa atualizado da seca no estado de Sergipe indica que mais de 61 mil pessoas seguem enfrentando problemas agravantes em virtude da longa estiagem que atinge, desde o final do ano passado, 12 cidades sergipanas.
Na manhã de ontem, em publicação realizada no Diário Oficial de Sergipe, o governo do estado reconheceu a situação de emergência vivenciada nos municípios de Nossa Senhora da Glória e Poço Verde, localizados no Alto Sertão, e Centro Sul Sergipano, respectivamente. De acordo com a Defesa Civil Estadual, 66 caminhões-pipa seguem todas as semanas levando água para reservatórios que atendem a 39 mil sergipanos. Esse trabalho segue por tempo indeterminado.
Além de Glória e Poço Verde, também enfrentam estado de vulnerabilidade social as cidades de: Frei Paulo, Pinhão, Porto da Folha, São Miguel do Aleixo, Monte Alegre de Sergipe, Tobias Barreto, Poço Redondo, Carira, Canindé de São Francisco e Graccho Cardoso.
Essa lista, conforme destacado pela própria Defesa Civil, pode ser ampliada, já que os municípios de Nossa Senhora Aparecida, Ribeirópolis e Malhador seguem aguardando o reconhecimento público que envolve as situações de seca e estiagem. A situação, que ainda hoje é apontado como de ampla gravidade, deve reduzir os efeitos devido a aproximação da estação mais fria do ano. A expectativa é que até a primeira quinzena de junho menos de cinco municípios permaneçam enfrentando com a longa estiagem.
Dados apresentados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), através do Centro de Meteorologia de Sergipe (Cemese), indicam que a crescente seca ocorre em virtude da combinação de chuvas abaixo da normalidade e temperaturas acima da média nos últimos meses.
Conforme destacado pelo meteorologista Overland Amaral, o início do outono tradicionalmente apresenta mudanças climáticas, as quais podem ser observadas em todas as regiões de Sergipe. Por ser a estação que antecede o inverno – período com maior volume de águas da chuva no ano -, é esperada uma queda gradativa no índice de municípios em situação delicada. “As chuvas que foram registadas esse ano não foram suficientes para amenizar ou combater os problemas que a seca provoca. Com a chegada do outono, e aproximação do inverno, é esperada uma redução desses registros negativos, sobretudo, nas áreas mais distantes do litoral”, disse.