Quarta, 26 De Março De 2025
       
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Policiais reforçam mobilização e aprovam paralisação de 12 horas


Publicado em 12 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Manifestação dos policiais em frente à Central de Flagrantes, no Santos Dumont.

Gabriel Damásio

Uma paralisação de 12 horas foi deflagrada no início da noite de ontem pelas polícias Civil e Militar, que decidiram suspender todos os atendimentos ao público. A decisão foi tomada à tarde, em três assembleias realizadas por associações de classes componentes do Movimento Polícia Unida. As categorias decidiram entrar em operação-padrão, suspendendo o atendimento ao público na Central de Flagrantes e restringindo o serviço apenas às prisões em flagrantes. A previsão é de que a paralisação seja encerrada às 7h de hoje.
A principal assembleia foi a dos agentes e escrivães da Polícia Civil, que após decidirem pela paralisação, lideraram um piquete em frente à Central de Flagrantes, no bairro Santos Dumont (zona oeste). A Avenida Visconde de Maracaju chegou a ser interditada por quase meia hora nos dois sentidos, provocando um grande congestionamento, e foi liberada após os motoristas de ônibus conversarem com os manifestantes. As luzes da delegacia foram apagadas e os policiais orientaram os usuários a não comparecerem às delegacias.
Em outras assembleias, os delegados da Civil e os oficiais da Polícia Militar decidiram apoiar as reivindicações dos policiais civis e participar das manifestações programadas para o restante da semana, incluindo a concentração na porta da Central de Flagrantes e uma caminhada que deve ocorrer hoje até o Palácio de Despachos. “O governador Belivaldo Chagas foi diversas vezes avisado e comunicado que a Polícia não aguentava mais essa situação. Solicitamos várias audiências, procuramos os líderes do governo, mas ninguém nos ouviu. Ele preferiu apagar fogo com querosene. Nós policiais aguentamos mais 9 anos sem reajuste”, protestou o sargento Moraes, um dos líderes do Movimento Polícia Unida.
Os policiais reclamam principalmente da falta de reajuste nos salários e do corte de 50% no pagamento da Indenização por Flexibilização Voluntária (IFV), que é uma gratificação paga por serviços extraordinários. A redução foi determinada nesta semana pela Secretaria da Segurança Pública, por orientação da área econômica do governo. Os policiais também se queixaram da falta de pagamento das horas-extras feitas no mês de novembro. E reivindicam ainda o pagamento de um adicional de periculosidade agregado aos subsídios.
O presidente do Sinpol, Adriano Bandeira, disse que o corte nas IFVs afeta sensivelmente os ganhos salariais dos policiais, que estão com os salários defasados por causa da falta de reajustes. “Para o policial, a hora extra é complemento de renda, verdadeira compensação ordinária da ausência da reposição inflacionária por uma década. Sem a hora extra, o policial não mantém seu poder de compra e sem tal condição não preserva intacta a dignidade que lhe garante a Constituição Federal. Sendo mais claro: o policial precisa se submeter a trabalhar extra para ter condições de se manter e pagar as contas da família em dia. O policial não sabe quando contará com um reajuste salarial compatível com o perigo da atividade profissional que desempenha e já recebeu a negativa do Governo do Estado no tocante ao adicional de periculosidade”, diz Bandeira.
A SSP foi procurada, mas não divulgou nenhum posicionamento sobre o assunto até o fechamento desta edição.

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