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Relatório do Desenvolvimento Humano 2025
Publicado em 10 de maio de 2025
Por Jornal Do Dia Se
O PNUD ou Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é uma agência de desenvolvimento global da ONU que trabalha em cerca de 170 países e territórios para erradicar a pobreza, reduzir desigualdades e exclusão social, alinhada com a Agenda 2030. Referida instituição, divulgou em 06/05/2025, mais um relatório sobre o desenvolvimento humano na base de 2023, o subtítulo foi o seguinte: “Uma questão de escolha: Pessoas e possibilidades na era da IA”.
Para a entidade, a Inteligência artificial (IA) desponta num ritmo acelerado e vertiginoso. Mas para o PNUD, embora os avanços da IA atraiam as atenções, privilegiam a tecnologia num vácuo de ficção, ofuscando o que realmente importa: as escolhas das pessoas.
O debate trazido é sobre as escolhas que as pessoas têm e podem realizar, no âmbito de liberdades em constante expansão. Para o PNUD, são essenciais para o desenvolvimento humano, cujo objetivo é que as pessoas vivam vidas que valorizam e que têm razões para valorizar. Portanto, um mundo com IA está repleto de escolhas, cujo exercício é simultaneamente uma questão de desenvolvimento humano e um meio de o fazer avançar.
Segundo o PNUD, no futuro, o desenvolvimento depende menos do que a IA pode fazer, e não da forma como é considerada humana e mais da mobilização da imaginação das pessoas para remodelar as economias e as sociedades de modo a tirar o máximo partido dela. Em vez de tentar prever o que vai acontecer em vão, o Relatório do Desenvolvimento Humano deste ano pergunta que escolhas podem ser feitas para que novas vias de desenvolvimento para todos os países vejam um novo horizonte, ajudando todos a terem uma oportunidade de prosperar num mundo com IA.
No relatório do PNUD, consta que muitos trabalhadores em países de baixa e média renda são autônomos (mesmo fora da agricultura) e, portanto, não se beneficiam de fazer parte de uma organização que pode especializar tarefas, organizar a divisão do trabalho e investir em tecnologia. Por exemplo, dois terços do milhão de motoristas de carga no Brasil são autônomos, mas o recente surgimento de plataformas digitais desenvolvidas localmente permitiu aumentos de produtividade neste setor crucial, combinando trabalhadores e tarefas de carga e melhorando as rotas. Mais da metade do frete rodoviário no Brasil é intermediado por essas plataformas nacionais.
No relatório consta que, muitos nativos digitais (pessoas mais jovens nascidas em países com amplo acesso a tecnologias digitais) não têm apenas as habilidades relevantes, mas também atitudes diferentes, caracterizadas por mais confiança, menos preocupação e mais esperança do que pessoas mais velhas. O relatório aponta que menos da metade das pessoas mais velhas acha que produtos e serviços com tecnologia de IA têm mais benefícios do que desvantagens, em comparação com mais de 60% das pessoas mais jovens. E mais de 80% das pessoas mais velhas, estão preocupadas que a IA pode decifrar os pensamentos das pessoas e tomar decisões por elas. Como resultado, os jovens estão muito mais inclinados a usar o que a tecnologia digital tem a oferecer, como se reflete na lacuna de utilização.
Analisando a partir do “Google Relate”, um aplicativo móvel gratuito que pode criar modelos personalizados de reconhecimento de fala em inglês para discursos não convencionais, a fim de auxiliar na comunicação. Ele tem o potencial de aumentar significativamente a inclusão social de pessoas com deficiência de comunicação. Mas um pré-requisito para acessar o aplicativo é um smartphone que atenda às especificações mínimas. Além disso, os usuários também precisam de conectividade de internet confiável. De fato, pessoas com dificuldades para se comunicar em inglês têm encontrado dificuldades para usar o Google Relate no dia a dia.
No relatório do PNUD, o Brasil é citado como exemplo de cuidados a serem tidos com informações falsas. Segundo o PNUD, a infraestrutura pública digital pode ser vulnerável a ameaças graves, como campanhas de desinformação que minam a confiança pública. Um exemplo notável vem do Brasil, onde informações falsas sobre uma nova regulamentação relacionada ao Pix – uma plataforma de pagamento digital instantâneo – circularam amplamente, impactando mais de 9,4 milhões de pessoas em 2025.
O tema tem relevância, pois em 2024, sob a presidência brasileira do Grupo dos 20, os ministros da economia digital do grupo adotaram uma declaração conjunta comprometendo-se a alcançar a conectividade universal e significativa. O Pacto Digital Global da ONU reconhece o papel fundamental da conectividade universal e significativa para liberar todo o potencial das tecnologias digitais e emergentes.
A força da IA tem crescido de forma consistente no Brasil que um acordo coletivo nacional no setor bancário incluiu disposições para requalificação diante de tecnologias como a IA, com foco na mitigação da desigualdade de gênero. Os empregadores bancários concordaram em financiar bolsas de estudo para mulheres cursarem cursos de tecnologia da informação, com prioridade para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Mas a informação relevante e destacada no Relatório do PNUD é sobre como ficou o IDH do Brasil. O país está na 84ª posição com um IDH de 0,786 (médio desenvolvimento humano). Ocorreu, portanto, uma elevação duas posições de 2022 para 2023. A decomposição dos dados foi a seguinte: – expectativa de vida ao nascer (75,8 anos); anos esperados de escolaridade (15,8 anos); média de anos de escolaridade (8,4 anos); Renda Nacional Bruta per capita (US$ 18.011).
Continuar a busca de melhoria do IDH no Brasil é bastante desafiante, considerando-se o cenário de termos 40,8 milhões de famílias inseridas no Cadastro Único, equivalentes a 93,7 milhões de brasileiros que se encontram em condições de pobreza.