Rodoviários temem demissões com transporte complementar

 

Um dia após taxistas credenciados pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), terem ocupado parte da rua Itabaiana, no Centro de Aracaju, como forma de pressionar os vereadores para inserir a classe trabalhadora na regulamentação do transporte complementar, no início da manhã de ontem, em contraponto, foi a vez dos motoristas de ônibus ocuparem o mesmo espaço para se posicionar contra a alteração do Inciso XII presente no Artigo 234 da Lei Orgânica. De autoria do vereador Pastor Diego (PP), caso o projeto seja aprovado, passa a estabelecer que o município tenha a competência para conceder, permitir ou autorizar, além dos serviços transportes coletivos, escolares, táxis e fretamento, os serviços de transporte complementar urbano.

Na concepção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sergipe (Sinttra), 495 rodoviários que atuam na região seriam afetados. Presidente da entidade sindical, Miguel Belarmino destacou que a mobilização dos motoristas de ônibus se tornou necessária diante da possibilidade de demissões. “Preocupados com o desemprego batendo à porta, os rodoviários decidiram comparecer à Câmara Municipal para tentar uma reunião com alguns vereadores. Pedimos uma audiência pública com os vereadores para debater esse assunto e não aprovar uma lei que de forma nítida vai desfavorecer a categoria rodoviária, que já vem sofrendo desde a pandemia, com salários e benefícios atrasados. Precisamos que os parlamentares ouçam as nossas reivindicações”, declarou Belarmino.

Um grupo de vereadores foi formado de forma para receber representantes da classe trabalhadora e dialogar sobre os respectivos pleitos. Já no turno da tarde foi a vez do presidente da Câmara Municipal de Aracaju, o vereador Ricardo Vasconcelos, receber os profissionais e discutir o assunto. Enquanto taxistas se aglomeravam em frente à Casa Legislativa – na quarta-feira, 25 -, o presidente destacava que a discussão sobre a situação da mobilidade na capital segue na primeira fase, ou seja, os taxistas que rodam no sistema complementar alternativo continuam na mesma situação. O prefeito Edvaldo Nogueira, que será o responsável por decidir se regulariza, ou não, este transporte, segue sem se manifestar oficialmente sobre o assunto.