Terça, 29 De Abril De 2025
       
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Segurança de shopping pode ir a júri popular


Publicado em 22 de junho de 2012
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

Está marcada para as 8h de hoje, no Fórum Gumercindo Bessa (zona oeste de Aracaju), a primeira audiência judicial do crime ocorrido em 11 de fevereiro deste ano dentro do Shopping Jardins, no bairro Jardins (zona sul), onde o motorista desempregado Leidison Reis dos Santos, 39 anos, morreu depois de se envolver em uma briga com seguranças do shopping. O processo judicial tem como réu o segurança Carlos Alberto Santos, indiciado pela polícia por crime de homicídio doloso. Segundo o inquérito policial do caso, o segurança foi o autor de um golpe conhecido como "mata-leão", que acabou quebrando a coluna cervical da vítima e provocou a sua morte.
Nesta fase, as testemunhas arroladas pelo Ministério Público serão ouvidas pelo juiz Guilherme Diamantino Weber, da 8ª Vara Criminal de Aracaju, responsável pelo processo, que corre em segredo de justiça. As testemunhas indicadas pela defesa do réu serão ouvidas em outra audiência.
A família do motorista deverá pedir, ao longo do processo, que Carlos Alberto seja mandado a júri popular, caso seja denunciado e pronunciado pelo crime de homicídio doloso (quando há intenção de matar ou dolo eventual). A intenção é confirmada pelo advogado Antônio Sampaio, que defende a família de Leidison Reis, com base em depoimentos, gravações e laudos periciais já anexados no inquérito policial entregue à Justiça. Já a defesa do réu, capitaneada pelo advogado Alfredo José Machado, vai tentar enquadrar o processo como crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e afirma que o segurança apenas cumpriu o seu trabalho de imobilizar o motorista, que estava descontrolado.
O segurança do Jardins chegou a ser preso uma semana depois do episódio, por conta de um vídeo amador obtido pela Polícia Civil que mostra Carlos Alberto apertando o pescoço de Leidison com um dos braços, resultando na lesão apontada como causa da morte pelo Instituto Médico Legal (IML). No entanto, em abril deste ano, o réu acabou solto por causa de uma decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), que atendeu a um recurso da defesa. "Isso com certeza traz para a família aquela sensação de impunidade. Uma pessoa que ceifa a vida de outra de forma tão bruta e, quando a gente imagina que essa pessoa vai ficar encarcerada até o desfecho do caso, passa-se menos de um mês e ele já consegue essa liberdade. É o que traz um certo temor por parte da família", disse Sampaio.
Outras ações cíveis foram movidas na Justiça pela família de Leidison Reis, que pede uma indenização ao Shopping Jardins e contra a empresa responsável pela segurança do estabelecimento, por danos morais. "Essas ações estão em andamento, juntamente com a ação criminal. O Shopping e a empresa vão ser citados do conteúdo do processo e, se houver um reconhecimento das empresas quanto ao nosso pedido, essas ações podem acabar antes da criminal", disse o advogado da família da vítima.
Antônio Sampaio disse ainda que a repercussão do caso ajuda no andamento dos processos, no sentido de que ele não seja esquecido pela população e ajude a prevenir outros erros e abusos por parte de seguranças. "Nesses dias vêm acontecendo casos muito mais graves, como o caso dos rapazes que entraram em um hospital atirando. Esse apoio que estamos recebendo ajuda que esse caso não caia no esquecimento e se a imprensa fizer o trabalho dela,o que já faz de forma responsável, trazendo determinados elementos à tona, as pessoas irão se lembrar e perguntar pelo que aconteceu.  Isso serve até para coibir determinadas condutas de outros seguranças ou outras pessoas que agem de forma arbitrária", teoriza o advogado.
O Shopping Jardins tem evitado se pronunciar sobre o caso desde o início, dizendo apenas que prestou assistência à família do motorista e que aguarda a decisão final da Justiça para se manifestar.

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