Campanha na rua(Divulgação)
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Sem corda
Publicado em 25 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Aracaju é uma cidade em disputa. E o reinado de Momo, quando as ruas são tomadas por todo tipo de gente, é dos períodos eleitos para a refrega.
Embora todos os gestores da coisa pública em Sergipe já tenham sido fotografados ao lado do empresário Fabiano Oliveira, face midiática da Associação Sergipana de Blocos e Trios (ASBT), há deles que admitem os prejuízos derivados do Pré Caju. Um destes me confidenciou, advertindo que jamais assumiria o argumento: O lucro de Fabiano custou o fim do Carnaval popular na capital de Sergipe!
Não foi sem ajuda de uns e outros. A elite política do Estado e alguns intelectuais de pena torta podem insistir o quanto quiserem nas alegadas virtudes da prévia carnavalesca promovida pela ASBT, na esperança vã de justificar o investimento milionário em apoio e estrutura. Mas o Pré Caju sempre foi uma festa de caráter estritamente privado. Por sua própria natureza, aliás, será sempre assim.
Convém aqui evocar águas passada, ainda que não movam moinhos. Uma condenação judicial já obrigou a ASBT a devolver alguns milhões aos cofres públicos, reparando parte do prejuízo causado ao erário. Pouco depois, a crise econômica teve chance de liquidar a fatura. Anos passaram sem a realização da prévia. Neste breve intervalo, poupada dos trios elétricos contratados a peso de ouro para satisfação e fortuna de Fabiano Oliveira, a população sentiu o gosto bom de ir e vir como bem entendesse, um direito sagrado, endoidecida de alegria.
O carnaval renasceu, como atestam os melhores anos do Rasgadinho.Foi nesse contexto que a turma boa do conjunto Samba do Arnesto resolveu botar o próprio bloco na rua.
Desde então, o bloco Vem Ni Mim Arnesto arrasta uma verdadeira multidão de foliões extemporâneos – Gente fina, elegante e sincera, disposta a brincar o Carnaval com a cara e a coragem, livre das cordas e os abadás do Pré Caju. Quem bota a mão no bolso e colabora com as campanhas de financiamento coletivo promovidas com o fim de arcar com os custos da folia, o faz de coração aberto, por amor à causa. Mas qualquer um pode colar.
A campanha de financiamento coletivo VNMA 2025, aliás, já caiu na rede, com link ativo na plataforma Catarse. Em poucos dias, já atingiu 25% da meta. Ninguém duvide, contudo: uma vez alcançada, a meta vai dobrar!