Em lugar de profissionais, estagiários (Ascom/Funcap)
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Sob o signo da mediocridade
Publicado em 28 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Agora, não resta nenhuma dúvida. A Fundação de Cultura e Arte Aperipê não vai mover uma palha com o fim de promover o trabalho profissional do artista sergipano. Espaço para bater tambor não falta, das praças públicas aos teatros. Ao invés de abrir portas e levantar os palcos necessários para divulgar o sotaque nativo, no entanto, o governo do estado parece conformado em adotar o signo da mediocridade.
Os fatos falam por si mesmos. A Funcap está oferecendo meia dúzia de cursos e oficinas no Centro de Criatividade. À frente das turmas, em lugar de profissionais reconhecidos por seus pares, entretanto, estudantes ainda em vias de adquirir a devida experiência, amadores, estagiários.
Se a turma da Funcap tem o hábito de ler o Jornal do Dia, está entendendo tudo errado. De fato, este jornalista cobra a ocupação criativa dos referidos espaços desde sempre. Mas não será com aulas de fotografias ministradas por uma diletante, por exemplo, que o Centro de Criatividade vai recuperar o status que lhe cabe.
No fim das contas, o trabalho sob a alçada da Funcap é até bem simples. Bastaria adotar a missão de aproximar artistas e povo, em acerto de contas tardio. Medidas banais, como a elaboração de uma agenda cultural em proveito da ocupação artística do Gonzagão e o Centro de Criatividade, por certo não exigiriam o aporte de grandes somas, como é o caso dos chamados “grandes eventos”, sempre financiados com rios de dinheiro público. No entanto, em âmbito estadual, não há quem o faça.
Precisamos falar sobre a Funcap. Do modo acanhado como funciona hoje, a Fundação poderia ter o mesmo destino da finada Secult, morta e enterrada. Ninguém daria por falta.