Sob tensão, deputados aprovam reajuste para policiais.
Sob tensão, deputados aprovam reajuste para policiais
Publicado em 23 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Em meio à segurança reforçada e a um clima de muita pressão do lado de fora, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei enviado pelo governo do estado para reajustar os salários e reformular a carreira dos servidores da Segurança Pública, como policiais civis e militares, bombeiros e peritos criminais, entre outros. A proposta do Executivo, que concede um total de 7% de reajuste salarial linear, além de criar interstícios menores para a promoção de postos entre as carreiras militares civis, diminuindo esse tempo de promoção para quatro anos de serviço policial efetivo.
O projeto foi um dos mais polêmicos entre os 15 que foram apreciados durante a sessão de ontem. No lado de fora da Alese, na Praça Fausto Cardoso, a segurança foi reforçada por policiais militares, incluindo do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e do Grupo de Ações Táticas do Interior (Gati). O objetivo foi evitar a entrada de manifestantes nas galerias e a consequente provocação de tumultos. O aparato foi criticado pelos manifestantes e movimentos sindicais, que permaneceram fazendo protestos na Praça. Um grupo do Movimento Polícia Unida chegou a ser chamado para entrar na Alese, mas alegou que foi impedido pela segurança. “Mais uma vez, o Governo Belivaldo Chagas mostra descaso com a segurança pública. A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) estava completamente sitiada, com um aparato militar nunca antes visto numa situação como essa. Não pudemos entrar e acompanhar a votação”, afirma o Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol).
Dentro da Casa, os parlamentares votaram inicialmente uma questão de ordem para admitir ou não as emendas aos projetos de reajuste salarial do poder executivo. Por maioria, a Mesa Diretora decidiu declarar as emendas inconstitucionais, baseadas na Constituição Estadual e no Regimento Interno da Alese, que impede a admissão de projetos que gerem despesas ao Executivo.
Os deputados Rodrigo Valadares, João Marcelo e Georgeo Passos defenderam a retirada de pauta do projeto para que haja um maior diálogo com os representantes do Movimento Polícia Unida. A líder da oposição, Kitty Lima, apresentou um requerimento com 10 assinaturas solicitando o adiamento da votação do Projeto de Lei. O presidente Luciano Bispo colocou em votação e o documento foi rejeitado.
O líder do Governo, deputado Zezinho Sobral disse que a discussão em torno do PL é política. “A proposta era de 5% e após reuniões, se chegou aos 7%. Quem votar contrário será aos 7% a partir de agora e à redução do interstício para a carreira, que significa um aumento de quase 20% em interníveis e temos a perspectiva de 1.700 pessoas com interstícios. São homens e mulheres valorosos, mas essa discussão é política eleitoral partidária, com o objetivo de estabelecer e criar um caos, negando ao trabalhador o pouco que ele tem direito. Voto pela aprovação com muita transparência”, enfatiza.
Os líderes do Polícia Unida lamentaram a aprovação do projeto e dizem que ele representam uma “humilhação” para a categoria, pois representa um reajuste real de apenas 2%. (com Agência Alese)