Suspeita de ebola causa corre-corre em Rosário

Milton Alves Júnior
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A suspeita de um paciente chileno com sintomas da Doença do Vírus Ebola (DVE) continua causando preocupação em moradores dos municípios de Rosário do Catete e Nossa Senhora do Socorro. Na manhã do último domingo, 02, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS), descartou qualquer possibilidade das suspeitas transformarem-se em fato consumado, mas a nota oficial não deixa de preocupar parte da população. Por necessitar de melhores atendimentos, o paciente foi encaminhado ao Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro, área metropolitana da capital, onde permanece em observação com suspeita de dengue. Esta foi a primeira suspeita do vírus Ebola em território sergipano.

O receio dos sergipanos, em especial moradores dos dois municípios, está interligado a atual epidemia de ebola que matou 4.951 pessoas, de um total de 13.567 infectados, de acordo com balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentado até a última sexta-feira, 31. Atendendo a orientação do Ministério da Saúde (MS), o prédio da unidade em Rosário foi temporariamente fechado e o paciente isolado. Ainda de acordo com informações da SES, o paciente há cerca de 20 dias foi a Argentina e manteve contato direto com africanos, sendo um da Nigéria e outro de Angola. Apesar disso ele não passou por nenhum dos três países afetados pela epidemia de ebola (Serra Leoa, Guiné e Libéria).

Em virtude das notícias nada positivas, alguns moradores decidiram deixar a cidade até que o caso fosse confirmado como alerta falso. Esse é o caso do estudante universitário Francisco Dantas que em companhia dos pais e irmãos migraram para Aracaju por 48 horas. "Sei que pouco poderia resultar, mas a gente estava com medo desse caso ser oficial e sei lá, a gente ser contaminado também. Não poderíamos correr o risco e por isso fomos para Aracaju e voltamos ontem para Rosário. Na realidade eu não fui o único, na minha sala também tenho uma amiga que fez o mesmo. Na realidade nós copiamos a ideia dela", disse. Essa foi a quinta suspeita no Brasil, nenhuma confirmada.

Diante do medo que predomina a população mundial quanto à periculosidade desta doença, desde o final do semestre passado o Ministério da Saúde vem treinando equipes de todo o país e disponibilizou um portal informativo sobre o Ebola. Em termos locais, a Secretaria de Saúde garantiu que todos os 75 municípios já receberam o protocolo do Ministério da Saúde para agir corretamente se houver um caso suspeito. Ainda segundo informações do órgão estadual, alguns servidores que atuam no Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência (Samu), também foram treinados para fazer a transferência do paciente para um hospital caso seja necessário fazer exames complementares. Esse conjunto de ações tem como meta inibir qualquer contaminação por incapacidade profissional.

De acordo com a coordenadora do CIEVS da SES, Daniela Pizzi, é de fundamental importância que as notícias verídicas sejam compartilhadas nas redes sociais. Para ela, os boatos divulgados diariamente através de aplicativos eletrônicos têm contribuído para que o pânico continue assustando milhares de sergipanos. "Precisamos da colaboração das pessoas quanto à disseminação de falsas informações em redes sociais, whatsapp, entre outros, pois isso cria pânico desnecessário na população", disse. Ciente da necessidade de ampliar o conhecimento quanto ao Ebola, Pizzi completou dizendo: "Mesmo sendo voltado para profissionais de saúde, a população também pode ligar para o CIEVS para sanar possíveis dúvidas. O telefone é 0800-282-2822 e funciona 24 horas por dia".