E AS ONDAS DO OCEANO CANTAVAM CANTIGAS DE AMOR
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Uma noitada diferente
Publicado em 24 de julho de 2012
Por Jornal Do Dia
Num certo final de semana, resolvemos – eu e a Maristela – viajar para Estância e de lá para a Praia do Saco, naquele município, a fim de curtir a beleza do lugar e fazer sexo sobre as centenárias dunas brancas como a neve. Gosto do mar, gosto do sol e de recantos paradisíacos como a Praia do Saco. Só não gosto do nome. Mas, por incrível que pareça não sou um sonhador. Gostaria, isto sim, de viver bem acima da linha da pobreza, propondo um mundo onde a maior alegria seja o homem e a mulher amando-se reciprocamente, lindagando e inspecionando juntos. Homem com homem e mulher com mulher também por que não?
Sobre as dunas do saco, deixando de lado qualquer tipo de reflexão filosófica, deslizo para debaixo de Maristela, frente a frente. Ponho abaixo sua calcinha centímetro por centímetro, beijando-lhe o estômago e experimentando o sabor do néctar das deusas, com a gula de sempre… enquanto ela me diz:
– Fazer sexo com você, meu querido, é como ir para a cama com um professor sexualmente atraente. E eu gosto muito disso.
– Então tá. Chegou a hora de você mostrar que fez direitinho o dever de casa.
Gargalhando como duas crianças inocentes, deslizamos nus sobre as dunas Maristela arremessando-se sobre mim, deixando-se cair sobre o meu corpo untado de areia, semelhante a um bife a milanesa. Éramos tal e qual dois bifes, um penetrando no outro, prontos para uma deliciosa fritura. A areia comprimia-se entre as pernas de Maristela e as maçãs de sua bunda. Ela gemia e agitava-se sobre mim, afundando ainda mais no monte de areia. Ela estava consciente de que acima dela o céu estava límpido e a lua brilhava intensamente, enquanto as estrelas formavam colares de ouro e prata. E as ondas do oceano cantavam cantigas de amor.
– Ai, meu querido, minha bunda está cheia de areia, mas isso não me incomoda. Ao contrário, aumentam ainda mais o meu prazer.
O rosto dela estava jovem e vulnerável à luz do luar, no seu êxtase prolongado. E molhado. Beijei-lhe a boca, ela abriu os olhos e sorriu. Um débil sorriso com olhos cor de mel. Suspirando alegremente, ela os fechou novamente, entrelaçando os dedos nos meus e com uma total ânsia de insatisfação, quis partir para um segundo tempo, com direito, quem sabe, a uma prorrogação. Afinal, aquela noite nas dunas mágicas da Praia do Saco, teria de ser inesquecível.
Era a total doação do amor, a sempre surpreendente entrega do amor… na única sequência que poderíamos dar à vida, aos significados objetivos.
Maristela acomodou o rosto contra o meu peito, a barriga de sua perna cruzava com a minha de tal forma que ela estava estendida sobre metade do meu corpo em chamas. De olhos fechados, ela parecia sonhar, deleitada com a sensação erótica dos meus dedos percorrendo a sua bunda. Eu sentia a umidade quase imperceptível de sua boa vontade para comigo. Ela permitia que eu explorasse o seu corpo de todas as maneiras e isso me deixava muito louco. No bom sentido, é claro.
O que aconteceu de verdade entre nós dois na Praia do Saco? Com todo o tempo só para nós, estaríamos dispostos a deixar a "Zona", o puteiro e tudo o mais, para trás? Não, com toda a certeza aquela era um sonho do poeta que se desvanecia à luz fria da realidade.
Eis que Maristela sussurra ao meu ouvido:
– Ai, meu querido, você está me fazendo sentir como um lírio d’água. Estou flutuando sobre um caule morto, muito longo… que vou até lá embaixo… no fundo do lago.
Ela calou-se, abaixou o olhar, fitando-me, enquanto eu estava imerso nos planos e curvas do seu rosto e no contato quente do corpo dela contra o meu. Já tínhamos partido para a prorrogação… (Extraído do meu livro de memórias inédito, "Raparigas e Cafetinas da Minha Adolescência em Aracaju")
Confisco
"Quando pago impostos me sinto confiscado, pois vivo em um país em que os professores ganham baixos salários, não são valorizados e as escolas estão caindo aos pedaços". – Ronnie Von – cantor e apresentador – Revista Tititi, edição de 06.07.12.
Geleia Geral
… Nada mais nocivo à convivência humana do que o FALSO PURITANISMO que gera intolerância e entenebrece o coração de quem se deixa contaminar por esse sentimento doentio e malévolo.
… Recebo do amigo Divaldo Franco, dezenas de cartões postais antigos (nacionais e internacionais) que vieram enriquecer a minha coleção, da qual ele tem sido o principal doador. Grato para sempre.
… Parabéns a Vera Ferreira, que resgata brilhantemente a memória de sua avó (uma verdadeira heroína) Maria Bonita com o livro "Bonita Maria do Capitão". Aplausos. De pé.
… Até que enfim, um grande espetáculo digno do Teatro Tobias Barreto, o "Cabaré Poético Musical", com a cantora e atriz Selma Reis, que escolheu a poesia de Florbela Espanca para celebrar os seus 25 anos de carreira.