Segunda, 10 De Fevereiro De 2025
       
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Uma sertaneja arretada


Publicado em 06 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia


MARIA DO SERTÃO: SANTA E GUERREIRA PREDESTINADA E IMBATÍVEL

Alcino Alves da Costa ofereceu um presente a seus leitores: o romance "Maria do Sertão". De um sabor muito especial. Além do prazer da leitura (a narrativa é linear, beirando o estilo folhetim, no bom sentido), há o prazer da cumplicidade, pois o autor e leitor são dois cúmplices constantemente dialogando, numa linguagem coloquial por vezes dramática e, não raro, bem-humoradas, como bem-humorado é sempre o sertanejo, não obstante os galhos da caatinga e os espinhos do mandacaru a maltratar sua carne dilacerada pelo sofrer do dia-a-dia.

Mesmo que Alcino, na condição de sertanejo indômito, porque foi esse o ponto de partida, mesmo que se perceba um forte cunho autobiográfico, o que temos aqui é um trabalho ficcional. Ou seja, a ficção reescrevendo a vida, o artista tentando reencontrar a sua própria razão de ser, através de sua intrépida heroína misto de Maria Bonita e Joana D’Arc, os lances dos momentos significativos, congelando imagens para surpreender um detalhe que escapa à compreensão. E, por isso mesmo, capaz de produzir um outro texto, uma outra leitura das circunstâncias.
Assim é que o material usado na construção do romance vem da experiência do próprio escritor.
"Maria do Sertão", antes de ser um romance, é a retomada consciente do happy-end como possível solução para a angústia de viver sob o sol inclemente do sertão e à mercê das graças divinas, esperando "o que Jesus prometeu" num desfile interminável de romarias e procissões, entoando em coro o "bendito louvado seja"…
Assim, Maria, a protagonista é como uma fotografia recortada do jornal de ontem, transfigurando-se na realidade do hoje. Perene e imutável.

.Geléia Geral
…Tem coisa mais irritante do que o cantor Daniel berrando a plenos pulmões "Vida, vida, vida!!! na abertura chinfrim da novela das nove, "Amor à Vida"? Dolorosa interrogação.

….A Secretaria de Estado da Cultura, em nota oficial, esclareceu todas as questões que foram levantadas com relação ao fato de a Casa Curta-SE ter sido contemplada com a administração do Cinema Vitória. Não resta mais a menor dúvida de que tudo foi feito com lisura e sem protecionismo.

….A megalomania do diretor e produtor Jorge Lins não tem limites. Produzir espetáculos com menos de cem atores(?) no elenco, nem pensar. Ele esquece que nem sempre quantidade significa qualidade. Daí…

….Agradeço ao parceiro Amaral Cavalcante, o envio dos dois primeiros números da revista Cumbuca (não gostei do nome), editada por ele e publicada pela editora do Diário Oficial. O periódico é trimestral e pretende ser um avanço na modernidade do grafismo impresso na nossa Aldeia. Não há porque duvidar

"Náfraugo
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe / Bebeu e soluçou como se fosse um naúfrago / Dançou e gargalhou como se fosse música / E tropeçou no céu com seu passo bêbado…". – Chico Buarque em "Construção".

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