Vereador alerta para riscos da dispensa de licitação
Publicado em 21 de fevereiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Diante das várias denúncias de possíveis irregularidades em licitações emergenciais que vêm pipocando no início da gestão da prefeita Emília Corrêa, o vereador Iran Barbosa, do Psol, usou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju, nesta quinta-feira (20), para chamar a atenção para a dificuldade que a gestora parece estar tendo para romper com os esquemas do que ela mesma chamou de ‘sistemão’ durante toda a sua campanha eleitoral.
“Parece que, de fato, é difícil romper com o tal ‘sistemão’, e não digo isso para fazer crítica apenas a atual gestão, porque estou aqui nesta Casa Parlamentar há bastante tempo, assumi o primeiro mandato em 2005, e desde lá que essas questões (relacionadas a irregularidades em contratos) são tratadas aqui”, afirmou.
O parlamentar lembrou que os debates em torno dos problemas relacionados a licitações para serviços públicos da capital sempre aconteceram na Câmara de Vereadores e que a história está comprovando ser difícil romper com velhas práticas. “Talvez prometer a ruptura seja muito mais fácil do que, efetivamente, efetuá-la”, ressaltou, referindo-se à promessa defendida pela atual prefeita durante a campanha eleitoral de 2024.
O parlamentar destacou, ainda, que já foi vereador tanto de situação quanto de oposição e sempre se posicionou de forma muito crítica a contratos licitatórios emergenciais ou feitos com pouca transparência no processo.
“Sempre defendi outros procedimentos, quer seja para os serviços de coleta do lixo, para o transporte público ou outros. O que eu sei é que entra gestão e sai gestão e os modelos se repetem, em alguns casos, até pioram. Ainda falta alguma coisa para que haja, de fato, a ruptura definitiva com esse modelo, com esse chamado ‘sistemão’, que vai cada vez mais se robustecendo”, lamentou.
Ainda de acordo com Iran, o argumento utilizado por alguns para justificar certas contratações, de que estão saindo mais baratas para a administração municipal, nem sempre são verdadeiros.
“Às vezes, o barato sai caro. É preciso analisar bem o que é que está por trás desse ‘barato’. O gestor sempre vai procurar mais economia para o município, mas essa economia tem que ser real. Numa licitação no serviço público, o preço é uma condição a ser avaliada, mas não ele sozinho. Tem um conjunto de elementos que precisam ser cuidadosamente avaliados”, apontou, acrescentando que seguirá cumprindo, de forma responsável, com o seu papel de parlamentar de oposição.