Segunda, 10 De Fevereiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

Vereador do PT impede a CPI do transporte público


Publicado em 14 de agosto de 2013
Por Jornal Do Dia


O vereador Max Prejuízo

Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Com apenas sete assinaturas a favor do projeto de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no transporte público da Grande Aracaju, de autoria do vereador Max Prejuízo (PSB), o requerimento foi reprovado na tarde de ontem na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). Conforme relatório do parlamentar, a aprovação da CPI poderia analisar de maneira mais aprofundada os reais motivos que contribuíram para formação do caos no serviço que diariamente atende a mais de 400 mil aracajuanos. Além de investigar a veracidade da planilha de gastos apresentada pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a meta era transparecer com dados relevantes a situação dos ônibus sucateados, frota insuficiente para atender a demanda e falta de licitação.

Intrigado com a falta de apoio, inclusive de vereadores que compõem a base de oposição ao prefeito João Alves Filho (DEM), Max afirmou ao Jornal do Dia que apesar da derrota de ontem, a perspectiva é que a ideia volte a ser novamente debatida em um futuro próximo. Segundo ele, a grande maioria dos vereadores mais uma vez perdeu a chance de se somar aos usuários do sistema e buscar melhorias para o serviço na capital sergipana. "Desde o ano de 1988 seis prefeitos já passaram pela administração de Aracaju e infelizmente ninguém pensou, ou se mostrou interessado em promover a licitação do transporte público. Avalio esse não apoio a CPI como uma verdadeira derrota do povo que sofre diariamente", disse.

Entre os vereadores que aprovaram a CPI estavam: Lucimara Passos (PCdoB), Iran Barbosa (PT), Adriano Taxista (PSDB), Roberto Morais (PR), Emerson Ferreira (PT) e Lucas Aribé (PSB). Conforme Regimento Interno da CMA, oito assinaturas era o número mínimo para que a CPI fosse instaurada. Questionado quanto a falta de apoio do vereador petista Emmanuel Nascimento, Prejuízo alegou: "Cheguei a pedir a colaboração dele, mas ele não chegou a assinar o requerimento. Nesse momento o que me deixa preocupado é a realidade desse transporte. Ontem a página ‘Aracaju, Como Eu Vejo’ publicou uma imagem onde um ônibus transitava repleto de passageiros e com as três portas abertas. Estamos enfrentando uma situação de calamidade".
Em contrapartida, o vereador Emmanuel declarou que não assinou o requerimento em decorrência de Max Prejuízo "tentar fazer política nas costas dos outros". Ainda com uma língua afiada, o petista alegou que Prejuízo, apesar de ser filiado ao PSB, comandado no Estado de Sergipe pelo senador Antônio Carlos Valadares, em Aracaju faz parte do grupo de situação, pois apoia todos os interesses do prefeito João Alves Filho. "Se for pra assinar a CPI eu assino, mas não tivemos tempo para estudar o requerimento. Ele estava viajando e chegou na hora do plenário querendo meu apoio e o processo não ocorre desse jeito. Quem aqui não sabe que ele segue os interesses de João? Repito, eu assino se tiver tempo para estudar essa proposta que não nos foi apresentada com antecedência", lamentou.

Ao saber da resposta ‘apimentada’ de Emmanuel, Max Prejuízo se mostrou contrariado com a atitude do petista e rebateu: "Ele chegou para mim e disse pra eu procurar minha base aliada. Eu disse que a minha base aliada é o povo, os direitos e desejos do povo. Felizmente todo esse diálogo foi realizado perante a presença de companheiros da imprensa, inclusive de vocês do Jornal do Dia". Em meio às trocas de farpas, o vereador Adriano Taxista, que no início da tarde havia assinado o requerimento, após a discussão entre Emmanuel e Max ameaçou retirar a respectiva assinatura. "Esse assunto já rendeu demais e não queria participar desse bate-boca. Pensei em retirar meu apoio, mas por enquanto vou continuar aprovando a CPI. Espero que essa intriga acabe pelo bem dos nossos trabalhos. Precisamos de mais harmonia e entendimento nessa Casa".

Contrário – Reprovando o requerimento da CPI, o líder do prefeito, vereador Manuel Marcos (DEM), analisou a proposta como desnecessária e incoerente para a atual situação. Segundo declarações do parlamentar, aprovar uma Comissão Parlamentar de Inquérito no transporte público de Aracaju é "olhar para o problema pelo retrovisor e remoer um problema que não mais faz parte da realidade da capital sergipana e dos passageiros". Ainda de acordo com o democrata, técnicos da Prefeitura de Aracaju estão mobilizados a fim de intensificar os trabalhos que visam exclusivamente qualificar o serviço. "O prefeito ficou extremamente triste por encerrar um contrato com duas empresas genuinamente sergipanas, mas se é para o bem do povo, ele anulou o contrato com a VCA e São Cristóvão e contratou a Atalaia. Isso sem falar do BRT que logo em breve fará parte do dia-a-dia dos aracajuanos".

Conforme resolução da CMA, caso o vereador Max Prejuízo volte a se interessar em pleitear a aprovação da CPI, esse procedimento burocrático só será possível no início dos trabalhos parlamentares em 2014. Essa determinação se estende para os demais vereadores. A base de oposição, presidida pelo vereador Iran Barbosa, informou que as assinaturas em apoio a CPI vão permanecer até que haja uma segunda tentativa.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade