Manifestantes contrários ao aumento da tarifa de ônibus são barrados na entrada da Câmara de Vereadores
JOVENS EXIBEM FOTOS DE POLÍTICOS QUE APROVAM REAJUSTE NA TARIFA DE ÔNIBUS
Publicado em 03 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia
Manifestantes contrários ao aumento da tarifa de ônibus são barrados na entrada da Câmara de Vereadores
JOVENS EXIBEM FOTOS DE POLÍTICOS QUE APROVAM REAJUSTE NA TARIFA DE ÔNIBUS
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
Por falta de quórum na Câmara Municipal de Aracaju, a votação do projeto de Lei 102/2013 que define o reajuste da tarifa do transporte coletivo da Grande Aracaju foi remarcada para a próxima terça-feira, 7. Apesar do projeto encaminhado pelo poder executivo municipal ter chegado à Câmara na última terça-feira, 30, apenas 10 dos 24 vereadores marcaram presença durante o início da sessão emergencial. Para os vereadores da oposição, essa atitude foi avaliada como uma ‘manobra política’ por parte do grupo que apoia o prefeito João Alves Filho (DEM). O objetivo desse ‘boicote’ deve ser investigado pela vereadora Lucimara Passos (PCdoB).
Intrigada com a atitude dos parlamentares, a vereadora disse que o atraso na votação só tende a ampliar a revolta dos passageiros junto ao prefeito e vereadores da capital. Segundo Lucimara Passos, a tendência é que novas mobilizações sejam promovidas. "Pouco tempo antes de iniciar a sessão, 22 vereadores estavam presentes na sessão e quando íamos iniciar os debates os colegas que apoiam o prefeito foram saindo. Chegamos ao ponto de contar apenas com sete parlamentares", lamentou. Conforme norma da Casa, para haver votação era necessária a presença de 50% mais um.
Assim que encerrou a sessão, o presidente da CMA, vereador Vinícius Porto (DEM), disse que a falta de quórum já foi registrada em outras situações na Câmara. Avaliando o fato com naturalidade, Porto disse ao JORNAL DO DIA que a não votação na sessão de ontem não prejudica judicialmente o andamento do processo. "Entendemos que a população está ansiosa para saber se os vereadores aprovam o projeto, ou não. Porém, por respeito e ética ao nosso regimento, não poderíamos iniciar a votação com menos da metade de parlamentares que aqui atuam", declarou.
Por se tratar de um projeto em caráter de urgência, o vereador Emmanuel Nascimento (PT), que por quatro anos ocupou o cargo de presidente da CMA, solicitou que o projeto fosse lido e aberto para votação. "O prefeito, dessa vez de forma exemplar, nos encaminhou o projeto e agora é de nossa competência aprovar ou reprovar o reajuste de R$ 2,43. Não será possível aumentar ou diminuir o preço", afirmou. Conforme o novo projeto, caso os parlamentares votem pela não aprovação do aumento da tarifa, esta permanece custando os atuais R$ 2,25. Se o reajuste de 7,98% for aprovado, o novo preço passa a ser cobrado assim que o prefeito sancionar a lei municipal.
Contrária às propostas apresentadas pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT/AJU), e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), a vereadora Emília Correia (DEM) disse que, para ela, o ideal seria um reajuste de R$ 0,15. "Acredito que com esse aumento poderia ser repassado uma melhora na qualidade do transporte público". Questionada sobre a implantação do Bus Rapid Transit (BRT), promessa de campanha de João Alves, Emília disse que irá sair do papel e contribuir para a melhoria no sistema. "Assim como todas as promessas, eu tenho certeza que o BRT brevemente será implantado pelo prefeito", pontuou.
Proibidos – Sem acesso às galerias por determinação do presidente Vinícius Porto, manifestantes do movimento ‘Não Pago’ mais uma vez bloquearam a rua em frente à CMA e contribuíram para a formação de um amplo congestionamento. Para Demétrio Varjão, um dos líderes do movimento, a ideia é pressionar os parlamentares a congelar o preço da tarifa. As queixas mais constantes referem-se a falta de frota que atenda dignamente a demanda, precariedade dos veículos e falta de compromisso nos horários.
"Essa nossa luta é rotineira e vamos continuar até que o preço seja congelado. Não poder entrar na casa do povo foi a maior falta de respeito com a população que está indignada com esse reajuste", disse. Por volta das 17h30, Vinícius Porto convocou os manifestantes a comparecerem à sessão para debater o pleito, mas eles disseram que "não tem mais o que conversar".