Sob o céu de Aracaju

Os aracajuanos somos feitos de açúcar. Ao primeiro sinal de chuva nos trancamos sob sete chaves, ausentes do mundo até segundo aviso, à espera de tempo bom e ocasião melhor.

Penso no amigo Djenal, o inquebrantável leão de chácara à porta d’A Casa do Mangue. Lembro de Tchapas, o gogó mais disposto da aldeia Serigy. Bares, restaurantes, em todo lugar onde palcos são improvisados,o céu nublado é mau agouro, prenúncio de movimento fraco, raros convivas, mesas vazias.

Após alerta de chuva forte emitido pela Defesa Civil, a Fundação de Cultura e Arte Aperipê adiou a realização do Sergipe Mapping. Idealizado para ocupar a praça Fausto Cardoso, um festival de música, luz, arte e tecnologia, o evento está previsto para ocorreragora nos dias 16 e 17, uma celebração cultural a céu aberto, sob o brilhodas estrelas, diferente de tudo o que já se viu por aqui.

Faço figa, rogo aos céus para tudo dar certo. Se duas gotas de água desabarem sobre os telhados do centro histórico, no entanto,ninguém sai de casa, o prezado público restará confinado entre quatro paredes, dividido entre as redes sociais e as plataformas de streaming.

Sergipe Mapping – A realização do Sergipe Mapping, festival gratuito com projeções mapeadas, música, artes visuais, gastronomia e cultura popular, abre a programação do Verão Sergipe 2025 – um espetáculo ao ar livre, combinação de música e imagem, com apresentações de bandas e artistas locais, além de grupos folclóricos, acompanhados de intervenções visuais.

As obras de videomapping em exposição se servem da história e cultura de Sergipe, desde os povos originários Kariri-Xocós até a ativista e historiadora Maria Beatriz Nascimento.

“O Sergipe Mapping combina inovação, audiovisual e criatividade, áreas que vêm crescendo em diversos estados, e se alinha às ações do governo no fortalecimento da economia criativa e solidária”, explicou o presidente da Funcap, Gustavo Paixão.

O evento propõe uma nova ocupação dos espaços públicos, revitalizando praças e áreas normalmente desocupadas à noite, criando novas conexões entre arte e público. Com foco na valorização da identidade cultural, o festival destaca as cores, ritmos e memórias sergipanas.

A escolha da Praça Fausto Cardoso, inaugurada em 1857 e localizada no centro de Aracaju, reflete sua relevância histórica como cenário de eventos culturais e ponto de encontro da cidade.

“Um dos grandes destaques será o ‘Arrudeio’, um passeio guiado pelos arredores da Praça Fausto Cardoso, mostrando a história de locais importantes como o Cine Palace, a Liga da Procuradoria Geral do Estado, a Ponte do Imperador e o Beco dos Cocos. É uma oportunidade para valorizar o patrimônio histórico e cultural da nossa capital”, afirmou Gustavo Paixão.