A conta de Mitidieri

Foi aprovado por maioria, última quinta-feira, o Projeto de Lei Nº 220/2023, de autoria do Poder Executivo, que reestrutura o Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde). Como sempre, a conta será paga pelo servidor contribuinte, não pelo estado que é um mal administrador.
Os beneficiários do Ipes passarão a pagar 6% de sua remuneração. Serão autorizadas anualmente até 12 consultas médicas, inclusive para mulheres gestantes e dez atendimentos de urgência e emergência, entre outros. O Projeto ainda limitava a 30 dias de internação para tratamento psiquiátrico, porém este item foi retirado pela Comissão de Constituição e Justiça.
O Ipesaúde opera no vermelho, oferecendo assistência médica a mais de 116.164 beneficiários, com um orçamento de 25 milhões e meio. Para custear as despesas, entretanto, são 44 milhões. Na matemática de Mitidieri, o ônus cabe ao servidor.
Infelizmente, o acesso a assistência médica é um privilégio de poucos brasileiros, apesar do esforço notável realizados pelos gestores e servidores Sistema Único de Saúde. Assim, os planos de saúde privados deitam e rolam, cobram taxas abusivas e ainda contam com a revoltante conivência da Agência Nacional de Saúde. Aos demais, beneficiários do Ipes, não há outro remédio.