A estatal do Centrão

Onde os recursos públicos são abundantes, o olho gordo da corrupção cresce e, mais das vezes, aparece. Este é justamente o caso da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Turbinada com emendas do controverso orçamento secreto, a estatal caiu nas graças do Centrão.
Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que a Codevasf superfaturou o preço do asfalto utilizado em obras de dez estados do país – Sergipe, entre estes.
Além de sobrevalorizar o custo das obras de pavimentação, a estatal ainda tocou a empreitada com produto de má qualidade. Menos por mais. A CGU calculou em R$ 7,3 milhões o prejuízo pela “inobservância de parâmetros normativos”, como a espessura e a aderência dos pavimentos.
Em resposta ao relatório da Controladoria, a Codevasf recorreu à estratégia manjada de sempre, alardeando o próprio compromisso com os princípios de lisura e transparência no trato com a coisa pública. Em nota, a estatal alega atuar “em permanente cooperação com órgãos de fiscalização e controle. Apontamentos e recomendações desses órgãos são observados pela Companhia para fins de controle e contínuo aperfeiçoamento de procedimentos”.
Fosse assim mesmo, entretanto, a Codevasf não teria sido disputada pelo Centrão.