A soberana e o presidente
Publicado em 11 de agosto de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Alexandre Conrado
Ao mesmo tempo em que tomou todas as hidroxicloroquinas do estoque, acredita-se que opresidente se negou a experimentar qualquer das vacinas contra Covid-19, muito embora, paradoxalmente, o Palácio do Planalto, evocando o art. 31 da LAI – Lei de Acesso à Informação, tenha decretado sigilo sobre o seu Cartão de Vacinação por longos 100 anos.
Hoje, quase na reta final da corrida pela vida, com mortos, no Brasil, batendo a casadas 700 mil pessoas e outros tantos casos diários, não se sabe, dado o sigilo, se o presidente tomou ou não algum dos imunizantes.
No país do sigilo, e muitos são os que se contam nesta República Tupiniquim, inclusive sobre o “orçamento secreto”, só o tempo revelará os segredos guardados a sete chaves, não em cofres, mas sob os tapetes do Alvorada, local para onde, tradicionalmente, os irresponsáveis atiram os lixos que cedo ou tarde são descobertos e revelados.
Não é à toa que o ex-presidente Lula afirmou que, se eleito, retirará grande parte dos sigilos impostos a fatos e decisões desse Governo; também não é sem razão que muitos estão a pagar para ver, com o voto, o que outros tantos pretendem esconder por um século inteiro.
Acho que bem faria o presidente se, num ato raro de humildade, trouxesse a público o seu Cartão de Vacinação, não o fake, mas o verdadeiro, sem rasuras ou falsificações, provando que tomou ou não tomou a vacina contra Covid-19, deixando que a história o julgue, inclusive por suas humanas fragilidades.
Não o fazendo, abre margem a especulações, como, por exemplo, de que, às escondidas, teria se deixado imunizar pela Soberana, ou, ainda, pela Soberana Plus, ou mesmo, quem sabe, pela Abdala, uma das três eficazes vacinas cubanas, fato que, ao menos ideológica e politicamente, justificaria o segredo.
Alexandre Conrado, Advogado, Observador Político.
acccdacccd@hotmail.com