A VIOLÊNCIA NÃO PODE IMPERAR ENTRE NÓS
Publicado em 15 de setembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Rômulo Rodrigues
Num espaço de pouco mais de 60 dias, a violência política explodiu e vem mostrando sua face mais cruel em um governo de crueldades, amparado na sutil narrativa do Partido Midiático, que aprova integralmente o massacre econômico contra as populações mais desassistidas e vulneráveis, tentando mascarar como uma polarização que não existe.
É um crime hediondo o que a mídia patronal estabelece como narrativa ao transformar inúmeros crimes de ódio como consequência de disputa política em si.
Vejamos um marco retrospectivo; em 9 de julho, um membro do diretório municipal do PT de Foz do Iguaçu, no Paraná, e dirigente sindical de sua categoria,foi assassinado fria e covardemente quando comemorava seus 50 anos, cujo tema era o PT e Lula, e teve sua festa invadida por um guarda penitenciário que aos gritos de “aqui é Bolsonaro” disparou vários tiros em direção à vítima, numa execução premeditada.
Durante todo o período subsequente o Partido midiático fez questão de afirmar que foi um crime praticado durante um tiroteio que só existiu porque foi movido pelas divergências políticas e não pelo ódio disseminado por uma facção.
O roteiro é sempre o mesmo; enquanto acontecem as barbáries, a grande mídia faz sua pauta de minimização, escondendo o ódio do qual ela é cúmplice em sua disseminação.
A escalada criminosa vai, na sua continuidade com o recente assassinato de um trabalhador rural, por outro trabalhador rural, ambos contaminados pelo ódio reinante e segue sua sequência com a divulgação de um vídeo em que um bolsonarista assumido que distribuía marmitas, humilha uma senhora em situação de vulnerabilidade e nega a refeição por ela dizer que vai votar em Lula e tudo é tratado como uma contenda entre duas parte e não como mais uma manifestação de ódio.
Nessa terça feira, ao término de um debate entre os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas para o governo de São Paulo, realizado por um pool de veículos de comunicação como o jornal Folha de S. Paulo, portal UOL, sob o comando da TV Cultura, o correu o fato de um deputado estadual bolsonarista, Douglas Garcia, do Republicano, agredir a jornalista Vera Magalhães, com os mesmos insultos que o presidente cessante o fez no debate na Rede Bandeirante de Televisão.
No debate entre candidatos a governador foi revelado que o governo federal acaba de cortar R$ 1 bilhão em verbas para compra de remédios contra a hipertensão e asma nasfarmácias popular, o que é uma enorme violência contra a população idosa.
O contraponto mais importante do momento em combate ao perigo representado pela possibilidade da eleição presidencial ir para um segundo turno, mesmo que, por uma pequena margem de votos, está nos apelos feitos por personalidades como os ex-jogadores Walter Casagrande e Raí e o jornalista esportivo Juca Kifouri, convocando os eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet para votarem no candidato Lula para que a eleição seja decidida no primeiro turno e se imponha uma derrota ao fascismo.
Um fato político de grande impacto foi a declaração de Marina Silva em apoio a Lula já no primeiro turno, o que somada às de ciristas convictos como Tico Santa Cruz e Caetano Veloso que refletem a grande preocupação dos segmentos conscientes da sociedade para por fim à barbárie e garantir que o País retorne ao ambiente de paz, que é o desejo da imensa maioria.
Um fato que não pode ser relevado é o da declaração pública de Sergio Moro em comício no Paraná, onde disputa a vaga de senador, de que Lula sempre foi seu adversário político, mesmo quando era juiz.
A importância do chamado voto útil é um destaque que deve ser observado também em nosso estado, onde importantes figuras públicas, inclusive candidatos que apoiam Ciro Gomes, se convençam e se pronunciem em adesão à soberania do apelo do apelo de paz, já bastante robustecido em todo território nacional, em gestos de grandeza.
Não se trata de adesões políticas, simplesmente; trata-se de gestos de grandeza histórica e um compromisso pela garantia do Estado democrático de Direito e da própria democracia.
Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político.