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Além da estatística


Publicado em 30 de outubro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Itabaiana, na região agreste de Sergipe, é a quinta cidade do Brasil com maior taxa de letalidade policial

 

A execução de um jovem negro, um trabalhador com mulher e filho recém nascido, executado por policiais em serviço ao deixar uma loja de conveniência no bairro Coroa do Meio, ainda precisa ser esclarecido. Desde já, no entanto, é possível lamentar a pontaria do braço armado do Estado, sempre voltada para a população pobre e negra.

Ithalo dos Santos Nascimento, 25 anos, foi morto por policiais do Grupamento Especial Tático de Motos (Getam) na noite dessa segunda-feira. No Boletim de Ocorrência, os policiais informam que abasteciam as motos, quando o jovem teria simulado a intenção de sacar uma arma e foi alvejado.

Embora os dados nem sempre estejam à mão, a letalidade policial é uma realidade conhecida do populacho em qualquer lugar do Brasil – especialmente entre os pretos e pobres. Para estes, policial fardado e bandido são dois lados da mesma moeda, farinha do mesmo saco, tudo igual.

O Brasil registrou 6.393 mortes por intervenções policiais em 2023, o que significa 3,1 mortes por 100 mil habitantes. Itabaiana, na região agreste de Sergipe, aliás, é a quinta cidade do Brasil com maior taxa de letalidade policial – 28 mortes por 100 mil habitantes. No município sergipano 63% das mortes violentas se devem à ação de policiais.

Os dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sublinham uma realidade escandalosa. Talvez não seja o caso aqui em questão. Mas assim parece: Mais um ponto em triste estatística, mais uma família destroçada, menos uma vida.

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