AS IMPORTÂNCIAS ELEITORAIS DE 2022
Publicado em 09 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
A primeira das importâncias está no fortalecimento da campanha de Lula e, se possível, o esforço concentrado de todas as forças democráticas e populares para que isso aconteça já no primeiro turno, para conter qualquer ofensiva de manipulação do partido midiático, de que o projeto da volta do país ao desenvolvimento, e recuperação da cidadania, não seja aviltado.
Um exemplo recente está na reação da direita, comandada pela mídia, quando Dilma, vitoriosa contra Aécio, no primeiro turno, e as trombetas do Apocalipse, anunciaram que o projeto liderado por ela havia sido derrotado, por não ter alcançado1 voto a mais que 50%, para ganhar no primeiro turno.
A mentira e a distorção dos fatos reais são armas que os inimigos da democracia usam no Brasil.
A segunda importância é esta mesma força democrática, mesmo não sendo do PT, eleger senadores e deputados federais do Partido dos Trabalhadores, para que este tenha condições de dirigir as duas casas e imponha a normalidade democrática e a sociedade participe das decisões, para que o país volte a ter voz e voto na agenda mundial, valendo-se do conceito: “O Brasil precisa de Lula presidente, o mundo precisa do Brasil e, portanto, o mundo precisa de Lula na presidência do Brasil”.
O Estado de Sergipe enfrenta um grande desafio político, entender o que foi dito acima, para saber que tem a obrigação de oferecer ao futuro presidente, sua grande contribuição na solidez institucional de uma bancada de 2 senadores e 5 deputados federais. A vontade legítima de um bloco muito significativo do Partido dos Trabalhadores em eleger um dos seus quadros governador do estado, em vez de um fiel aliado do bloco histórico que se formou em 1994, com Jackson Barreto liderando o processo de mudanças e que deu o primeiro senador petista do estado e resgatou do ostracismo Marcelo Deda, não pode cometer o erro crasso de ser responsabilizado pelo PT não vir a ter a maior bancada no senado, na legislatura que começará em 1º de fevereiro de 2023 e, com isso, estar credenciada a eleger a presidência da casa.
Um partido que está completando nesta quinta feira, 10 de fevereiro de 2022, 42 anos de existência e lutas renhidas contra os adversários do atraso, não poderá, a troco de vaidades pessoais, cometer erros históricos.
As análises com critérios científicos que o grupo desse caicoense de quase 80 anos de vida e 70 na observância política, indicam que uma composição partidária que já completa 28 anos e está no comando do Estado de Sergipe há 15, se mantiver a unidade, terá cacife para ganhar a eleição para governador, já no primeiro turno, a eleição de uma senadora e fazer uma bancada de no mínimo 5 a 6 deputados federais.
Ninguém, nem o mais sábio, ou sabido dos políticos sergipanos poderia imaginar o gesto de grandeza política do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, que liderando com folga a disputa pelo governo do estado, anunciasse a retirada da sua pré-candidatura, para solidificar uma composição que dê conforto ao futuro presidente da República; e olha que Humberto Costa é um quadro de maior relevância do PT, em toda sua trajetória e como mestre da política soube fazer o que disse Lenin: “Tem a hora de dar um passo à frente, para saber dar dois passos atrás”.
Desde o tempo que acompanho a real politique deste país, que vejo que um dos componentes mais simbólicos da política, é o gesto.
E o que o senador Humberto Costa acaba de fazer em Pernambuco, é um gesto que poderá redefinir a política de um Estado que é referência na história do Brasil.
È um gesto como o dele que deverá ser observado acima das vaidades pessoais e da idolatria política, por ser um gesto de gente grande.
A importância eleitoral de 2022 está acima de tudo, por ser a refundação de uma República.
* Rômulo Rodrigues, líder sindical aposentado, militante político