Ausência de cobradores de ônibus e exclusão das cédulas no momento do pagamento na cidade de Aracaju

Nayara Kelle

A vivência dentro de uma cidade relativamente grande é de fato, conviver com imensas aventuras. Desde o momento de subir em um ônibus, até a hora de chegar a seu destino final.
A grande aventura inicia a partir da necessidade de correr em busca do transporte, que já se torna um absurdo, para que perca a oportunidade de chegar no horário em que precisa bater o ponto, ou que precisa assistir à primeira aula da faculdade, escola ou curso. Precisar correr para pegar o transporte é apenas uma, das diversas circunstâncias que os trabalhadores e estudantes sofrem todos os dias dentro dos transportes coletivos da cidade de Aracaju/SE.
Após iniciar seu dia lutando para acompanhar o ônibus, ainda precisamos aceitar o fato de que atualmente não existem cobradores nos transportes de Aracaju. Logo, percebemos o quão precário e perigoso é a viagem dentro desse espaço. Onde, o passageiro precisa esperar pelo momento em que o motorista realiza uma parada do próximo desembarque, para que possa passar pela catraca, ou o momento em que o motorista coloca em jogo a sua própria vida, e a vida dos cidadãos que estão dentro daquele veículo, simplesmente para passar o troco ou liberar a passagem.
Além disso, hoje existe o novo empecilho que é a exclusão das cédulas dentro dos transportes coletivos, o que apresenta um enorme impacto na população dentro da cidade. Como se já não bastasse o fato de passar por algumas aventuras em buscar de conseguir adentrar no transporte, ainda é necessário enfrentar a ausência do pagamento da passagem com cédulas. O que obriga os cidadãos a ter um cartão de passe para chegar ao seu destino final. Porém, existem diversos fatores sociais que impedem que toda população possua essa condição, por exemplo, muitas pessoas em algum momento já passaram por determinada situação de não ter crédito na carteira de passe, e aparecer uma alma bondosa que oferece a tarifa referente a passagem para que realize sua viagem, e o cidadão consegue chegar no local desejado após esse acontecimento. Agora, imaginando que essa situação acontece nesse momento, como ficaria esse passageiro? Como ele chegaria ao local de desembarque sendo que nem pode realizar o pagamento com as cédulas?
A pergunta que não quer calar é: qual a necessidade da exclusão dos cobradores a do pagamento com cédulas dentro de um transporte coletivo, onde varias pessoas dependem dele?
Essa população que foi excluída do cargo que ocupava como cobrador precisava desse emprego, para que pudesse sustentar sua família, para que pudesse pagar suas contas e tentar sobreviver nessa atual conjuntura que se encontra o trabalhador brasileiro. Então, tirar eles da sua ocupação mostra o quão errôneo e despreparado é a empresa qual atua na colocação dos transportes na rua. Enquanto isso, diversos de trabalhadores e estudantes sofrem com a situação de não poder realizar o pagamento das suas passagens, simplesmente porque a empresa não permite mais o recebimento das cédulas dentro dos ônibus.
A necessidade de cobrador é urgente, visto que o motorista se encontra em constante risco dirigindo esses veículos que por muitas vezes não possuem segurança nem para ele, muito menos para os passageiros, que todos os dias enfrentam mais uma lata de sardinha do que um transporte de fato. Além desse risco, ainda corrobora para a realização de uma infração de nível médio e com multa, desde o momento em que o motorista realiza a cobrança da tarifa com o veículo em movimento.
Portanto, é necessário que novas medidas sejam tomadas, para evitar que a população Aracajuana continue sofrendo com esses impactos no seu dia a dia.

Nayara Kelle, graduanda em Serviço Social (UFS) e estagiaria do Departamento de Educação para o Trânsito