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Auxílio eleitoreiro
Publicado em 16 de agosto de 2022
Por Jornal Do Dia Se
“De acordo com a Caixa, o crédito referente ao Auxílio Taxista é da ordem de R$ 490 milhões.”
Não é coincidência. Hoje, justo quando a campanha eleitoral ganha as ruas, a Caixa Econômica começa a pagar o Benefício Taxista – apenas um, entre os diversos programas improvisados pelo governo Bolsonaro, a fim de enfrentar a enorme rejeição que o mandatário amarga junto ao eleitorado de baixa renda. Ainda é cedo para avaliar os reflexos da súbita preocupação com os mais pobres na campanha para a presidência da República. O custo, no entanto, já foi calculado.
De acordo com a Caixa, o crédito referente ao Auxílio Taxista é da ordem de R$ 490 milhões. O Benefício prevê pagamento mensal aos beneficiários de até R$ 1 mil entre agosto e dezembro de 2022. Os motoristas recebem agora duas parcelas do benefício, ou seja, R$ 2 mil, referentes aos meses de julho e agosto.
Isso de acenar aos trabalhadores afetados pela crise econômica não é um problema, em si mesmo. A falta de planejamento, o improviso flagrante, contudo, não sublinha apenas as segundas intenções do presidente Bolsonaro – que dá agora com uma mão a esmola que passou quatro anos negando, com a outra. De curta duração, entretanto, os benefícios eleitoreiros apontam a ausência de sensibilidade social do governo de turno.
O presidente Bolsonaro, imperativo lembrar, é aquele para quem os benefícios trabalhistas mais básicos explicariam o índice escandaloso de desemprego, por onerar o empregador. No auge da pandemia, o presidente argumentou contra a concessão de um auxílio emergencial, destinado aos trabalhadores desempregados pela crise sanitária. Bolsonaro também já negou a existência de brasileiros famintos durante o seu governo, apesar da insegurança alimentar crescente.
Segundo um dito popular, gato escaldado tem medo de água. As próximas pesquisas eleitorais dirão se o descaso reiterado com os cidadãos na base da pirâmide social, os mais necessitados, ainda alimenta desconfianças.