Brasil neo industrial

“Por certo, resta a aposta na industrialização como estratégia de desenvolvimento”

Há duas maneiras de entender a redução de impostos sobre a produção de automóveis comercializados com preço de até R$ 120 mil, anunciada pelo governo federal. Por certo, resta a aposta na industrialização como estratégia de desenvolvimento.
Para uns, a renúncia fiscal sobre a produção de automóveis aprofunda a desigualdade. Para outros, as condições impostas pelo governo são suficientes para legitimar a medida como uma verdadeira política pública. Independente de eventuais interpretações, a aposta industrial sobressai como evidência palpável.
A intenção é declarada com todas as letras. Em artigo redigido a quatro mãos, Lula e Alckmin apresentaram o projeto de neo industrialização do país.
“A indústria será, nos próximos anos, o fio condutor de uma política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento, inclusive no setor de serviços. E de uma política social que investe nas famílias”.
Os dados foram lançados. Espera-se, no entanto, que o desenvolvimentismo petista adquira agora um viés não extrativista, capaz de honrar a promessa de responsabilidade ambiental. Se o compromisso assumido durante a campanha eleitoral do presidente Lula for varrido para debaixo do tapete, a hidrelétrica de Belo Monte deixará de ser somente uma lembrança incômoda, um espinho atravessado na garganta dos brasileiros.