Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Caso Aurelino: PF faz novas perícias no corpo e na casa


Publicado em 18 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia


Conforme o pedido realizado pelo Ministério Público Estadual (MPE), equipes de perícia da Polícia Federal fizeram ontem novos exames relativos à morte do ex-presidiário José Augusto Aurelino Batista, o "Zé Augusto", 41 anos, acusado de chefiar um grupo de extermínio em Poço Verde (Centro-Sul). Segundo nota divulgada pelo órgão, os peritos pertencem à Divisão de Direitos Humanos da PF e foram enviados de Brasília (DF) por determinação da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, "para atender à demanda do MPE".

A nova investigação quer esclarecer como aconteceu a morte de Aurelino, durante uma invasão de equipes da Polícia Civil à casa dele, em Poço Verde, na madrugada de quarta-feira. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que Aurelino estava armado com uma pistola ponto 40 e trocou tiros contra os policiais civis, mas a família sustenta que ele estava desarmado e foi executado pelos agentes e por um delegado. A previsão é de que os laudos sejam entregues ao promotor da comarca local, Lúcio José Cardoso Lima.

O trabalho dos peritos federais começou por volta das 7h30 de ontem no Instituto Médico-Legal (IML), no São José (zona centro de Aracaju), para onde o corpo de "Zé Augusto" foi recolhido na tarde anterior, ainda em Poço Verde, em pleno velório. O exame durou pouco mais de uma hora e os peritos deixaram o local sem falar com os jornalistas. Pouco tempo depois, o corpo foi liberado e levado de volta à Poço Verde, onde o enterro aconteceu por volta das 15h30.

Neste tempo, entre 11h e 14h30, os peritos de Brasília estiveram na casa de Aurelino, isolaram o imóvel e examinaram todos os vestígios existentes da operação policial, incluindo as marcas de tiros nas paredes e o portão que foi derrubado por uma viatura durante a chegada dos agentes. O trabalho dos federais foi acompanhado pela viúva do acusado, Simone Correia, que teve o dedo decepado por um dos tiros disparados contra Augusto. Ela foi a única pessoa autorizada a permanecer na casa e, na ocasião, disse que os policiais civis teriam danificado e levado as câmeras de um circuito de TV que existia na casa. A SSP negou a acusação da viúva.

Por causa da perícia na casa, o velório do corpo do ex-detento aconteceu no lado de fora e a rua foi interditada, com uma tenda que foi montada para abrigar o caixão. Centenas de pessoas compareceram ao velório e protestaram, mostrando cartazes de apoio a Aurelino e crítica à Polícia Civil. As cartolinas traziam frases como "Augusto, homem de bem, admirado por todos os poço-verdenses", "O povo de Poço Verde clama por Justiça", "Se ele fosse bandido, a Justiça o protegia" e "Katarina Feitosa, bandidos são aqueles que o executaram" – esta, uma referência direta à delegada-geral da PC, a qual considerou a ação policial "legítima, por conta do histórico de ameaças que o acusado fazia contra policiais e autoridades".

O advogado da família de Aurelino, Getúlio Sávio Sobral, disse que vai aguardar os resultados dos exames da PF para falar sobre o caso, mas adiantou que decidiu provocar a intervenção da PF para "garantir a imparcialidade" das apurações do caso. "Ao verificar a situação do envolvimento de policiais civis, a intervenção da Polícia Federal deixa claro que o interesse é garantir a imparcialidade e buscar a justiça. Neste momento, esse trabalho é imprescindível para que as informações precisas cheguem ao processo e que a sociedade saiba o que realmente aconteceu naquele dia", argumentou Getúlio. (Gabriel Damásio)

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