Comerciários a pão e água

Os comerciários sergipanos estão correndo o risco de passar 2025 a pão e água. A última rodada de negociação da convenção coletiva sinaliza a indisposição dos empregadores ante qualquer proposta de avanço salarial.

Na régua do patrão, não há espaço para negociação, nem um centímetro. Em reunião ocorrida na quinta-feira (10), desta vez sob a mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, o setor patronal mais uma vez se mostrou insensível às demandas da categoria.

O dirigente da Fecomse ressalta que as entidades sindicais dos trabalhadores continuam abertas ao diálogo para discutir jornada de trabalho, feriados, horas extras, piso da categoria, reajustes salariais e condições de trabalho. Mas a esperança de vencer pelo diálogo, infelizmente, arrefece.

Não há contexto econômico capaz de justificar a postura intransigente dos empregadores. A economia crescente e o crédito acessível, apesar dos juros elevados, insuflam o consumo. O comércio de bens e serviços vai muito bem, obrigado.

Os trabalhadores, por sua vez, não pedem muito. Querem remuneração justa e condições adequadas de trabalho. O mais sensato seria que os donos da grana sentassem à mesa de negociação com o mínimo de gratidão à categoria no fundo dos bolsos, a fim de os pagar bem pelos serviços prestados.