COMO ESTÁ A CORRELAÇÃO DE FORÇAS NO MUNDO
Publicado em 16 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
Em tempo de reflexão de como estará o mundo ao final dessa outra década de 30, a esperança chega para dar certeza que um mundo diferente, para melhor, será possível.
A questão imediata é o retorno de Donald Trump ao comando dos EUA, ainda a maior potência do mundo, que enfrentam a primeira competição real desde que se impôs como soberana.
Se há uma competição de tamanha envergadura é porque existe um desafiante de peso igual ou maior, com capacidade de vencer o duelo e, os dados que estão sendo mostrados indicam que sim.
Na guerra pela hegemonia já é noticiado que uma plataforma chinesa, Xiaohongshu, vem conquistando usuários da Tik Tok e nos EUA o Departamento de Estado classifica a rede de extrema direita, terrorgram, que opera no site Telegram, como terrorista, inclusive, a parte que opera no Brasil.
No campo da economia a queda do desemprego para 6,1% com mais de 103 milhões de pessoas empregadas, elevou muito o índice de confiança das pessoas e, por isso, no contexto estrutural da macroeconomia eles tentam fazer o Brasil de refém da agiotagem financeira omitindo que toda a crise que sufoca a economia há décadas é consequência das privatizações desenfreadas e criminosas.
O enfrentamento do atual governo federal às mazelas deixadas pelo golpe de 2016 que desaguaram na ascensão do fascismo do governo Bolsonaro já mostra resultados positivos e indicam a superação do colapso herdado em 1º de janeiro de 2023.
O PIB de 2024 cresceu 3,6% e a arrecadação federal fechou novembro com R$ 209,21 bilhões com aumento de 11,21% em relação ao ano anterior, com um dado significativo de crescimento de que mais de 120 milhões de pessoas frequentaram cinemas no ano.
O Brasil bateu recorde na exportação de produtos industrializados com as exportações atingindo UU$ 337 bilhões com crescimento de 3,3% e superávit de UU$ 74,6 bilhões.
Uma comparação: a dívida pública do Brasil é da ordem de UU$ 1,1 bilhão e a dos EUA é de UU$ 34 trilhões, mas, a mídia patronal a serviço do capital, esbraveja nos seus telejornais, que o país está quebrado e à beira do abismo.
Fecham os olhos e entortam as bocas para omitirem que mais de 50% da População Econômica Ativa ganha acima de R$ 3.400 mensais, que o salário mínimo está tendo reajustes acima da inflação, que a chamada classe C obteve ganhos reais de 9,5% e a classe B de 8% nos últimos dois anos.
E, mesmo sabendo que houve uma queda acentuada na desigualdade, mantém como estratégia sonegar as boas informações para enfraquecer o governo democrático e popular, porque entende e não aceita que ele não vai embarcar no suicídio de adotar o neoliberalismo.
Na geopolítica global o presidente eleito dos EUA ainda não desceu do palanque, proferindo bravatas de que vai anexar o Golfo do México, o Canadá, o Panamá e a Groelândia e, de cara, já vai entrar na casa branca engolindo a fumaça dos incêndios na Califórnia, que estão sendo combatidos por bombeiros mexicanos, no quintal de sua casa.
No bloco mundial da sensatez a china colocou UU$ 13,6 milhões no Tibete em socorro após um terremoto que provocou 95 mortes e 130 feridos, enquanto por aqui o presidente Lula alerta o mundo civilizado com uma grande verdade: Não existe uma entidade chamada mercado. O que existe é um grupo de pessoas engajadas e empenhadas em destruir qualquer governo que ouse adotar políticas públicas de inclusão econômica e social para combater a pobreza e suas mazelas.
O pavor deles é o crescimento do bloco BRICS que ampliou de 5 países para 9, com as inclusões da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Iran e Etiópia e está prestes a completar 10 países com a chegada Indonésia, para se consagrar como um bloco que terá 46% da população mundial, 42% da produção de Petróleo, 36% do PIB mundial, além de grandes reservas de Lítio, Nióbio e Grafite.
Para fechar, a Indonésia é o maior PIB do sudoeste asiático, o 14º em extensão, um dos mais populosos do planeta com 279 milhões de habitantes; é a 7ª economia em poder de compra que cresceu 5,1% em 2024 e deve crescer 5,2% em 2025; sua indústria de transformação representa 19% do PIB superando a agricultura que é 12%; tem a 3ª maior floresta tropical do mundo com enorme potencial comprador para o Etanol do Brasil além de vir a ser grande parceiro na produção de Biodiesel.
Portanto, o quadro da correlação de forças caminha para ser assim: De um lado todo um potencial de crescimento pela paz; do outro, por enquanto, o dinheiro como arma financiadora das guerras no mundo.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político