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Contra o golpismo


Publicado em 13 de setembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


“Da ministra Rosa Weber, espera-se que presida o STF com discrição e o mais absoluto rigor.”

O governo Jair Bolsonaro trabalha, desde o primeiro dia, para desacreditar o Poder Judiciário brasileiro. Apesar de eleito pelo voto popular, Bolsonaro tem pendor autoritário. Assim, qualquer pessoa ou instituição que se oponha ao absolutismo de suas pretensões vira alvo, encarna um inimigo a ser vencido.
Não é por força do acaso que todas as manifestações de rua realizadas em apoio ao presidente resvalam em golpismo. A pregação de Bolsonaro contra os tribunais superiores, os únicos capazes de se opor a eventuais crimes e desvarios do presidente, ecoa sob a forma de ameaças abertas a ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Os mais afoitos, chegam a reivindicar um golpe de estado com todas as letras.
Ontem, a ministra Rosa Weber tomou posse como presidente do STF. As circunstâncias talvez a poupem de virar alvo da máquina de moer reputações a serviço do bolsonarismo. Há poucos dias do embate nas urnas, o presidente precisa simular o decoro que fez tanta falta ao País ao longo dos últimos anos. O seu apreço pelo Supremo, no entanto, já externado em diversas oportunidades, permanece intacto, próximo ao desprezo.
Da ministra Rosa Weber, espera-se que presida o STF com discrição e o mais absoluto rigor. A discrição da ministra convém ao presidente, satisfeito de bater tambor para os convertidos, no interior de uma bolha carregada de ilusões totalitárias, ainda que pregue no deserto, fale sozinho. A obediência de Rosa Weber à Constituição, entretanto, obriga a ministra a enquadrar qualquer manifestação de teor golpista nos rigores da Lei e tem, portanto, o potencial de colocar Bolsonaro em maus lençóis.

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