Quinta, 17 De Abril De 2025
       
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Defesa Civil teme desabamento de edifício


Publicado em 10 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia


Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br

Sem obter êxito na última terça-feira, 07, técnicos da Defesa Civil municipal aguardam uma nova ordem de serviço para que reinicie o processo de análise e desocupação do edifício Casarão do Parque, centro de Aracaju. Desde a semana passada cerca de 100 pessoas, oriundas do bairro 17 de Março, invadiram o imóvel alegando não ter onde morar. Por se tratar de uma estrutura antiga e abandonada, o órgão de fiscalização informou que a ação realizada no início dessa semana tinha por objetivo garantir a integridade física de todos os ocupantes.

Em entrevista concedida ao JORNAL DO DIA, o coronel Reginaldo Dória disse que, juntando o peso de todos os invasores, presume-se que o edifício tenha recebido uma carga superior a sete toneladas. Segundo ele, para que tragédias não sejam provocadas, a saída das famílias deve ser promovida de forma imediata. "Não temos um estudo técnico atualizado de como está a estrutura do edifício, justamente por isso essa semana fomos até o local para averiguar. Por fora, dá pra perceber o quanto aquela estrutura apresenta sérios riscos de desabamento".

Preocupados com a possibilidade de serem expulsos do prédio, os invasores, membros do Movimento dos Sem Casa, fecharam a única porta de acesso e impossibilitaram a entrada dos técnicos. Ainda de acordo com o coronel, medidas emergenciais devem ser promovidas a fim de inviabilizar sinistros. "As famílias devem ser conscientizadas para o risco de morte que todos estão passando. Sete mil quilos a mais ampliam a vulnerabilidade de cada ocupante. Estamos aguardando qualquer autorização superior para que possamos agir novamente", disse. Abandonado há mais de duas décadas, o prédio não possui sistema hidráulico nem energia.

Cientes do perigo, os líderes do movimento disseram que só irão deixar o local caso a Prefeitura de Aracaju permaneça sem disponibilizar casas populares ou sem fornecer o auxílio moradia que é repassado mensalmente às famílias. Marcos Luís, um dos invasores, assumiu que está preocupado com o perigo de desabamento, mas que essa é a única maneira de não dormir em praças, ruas ou pontes. "Não estamos aqui porque queremos. Se a prefeitura não olha para nós e der moradia, a gente invade mesmo esses prédios abandonados pra tentar se protege das chuvas e criminalidade". Marcos está acompanhado da esposa e mais dois filhos.

Devido o edifício ainda possuir espaços livres, os atuais ocupantes não descartam a possibilidade de que mais moradores de rua possam invadir o imóvel. "Minha irmã e cunhado, acompanhados de três filhos estavam querendo vim pra cá. Se continuar do jeito que está, sem a prefeitura nos oferecer moradia digna, mais moradores vão chegar por aqui", afirmou Márcia dos Santos.

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