Dois presos, duas medidas
Publicado em 01 de fevereiro de 2019
Por Jornal Do Dia
* Lelê Teles
Segundo a lei de execução penal, todo preso tem o direito de ir ao funeral de parentes: cônjuge, ascendente ou descendente.
Todos os presos, menos um.
A mesma medida que vale para os outros, não vale para este.
Em dezembro, Lula foi impedido de ir ao funeral do amigo Sigmaringa Seixas sob a alegação de que Sig não era seu parente.
Mas Vavá é.
E por que Lula não pode se despedir do irmão? Ora, porque ele não é um preso como os outros.
Enquanto ao apenado comum é pretendida a ressocialização, a medida para Lula é a dessocialização.
Querem-no mudo, surdo e querem cegar o povo para que não veja a sua imagem.
Nem que seja chorando em um velório!
Seus algozes pretendiam que o povo o esquecesse trancafiado na solitária daquela masmorra.
Não funcionou. Além da vigília de seus compatriotas, o mundo inteiro clama por sua liberdade.
Meio milhão de assinaturas gritam para que ele receba o Nobel da paz.
Mas o ignóbil rapaz, aboletado em um super ministério, parece travar um luta pessoal contra Lula.
Seus comandados, desde o tempo em que seu super poder era só uma aspiração, parecem movidos pelos mesmos interesses: fazer Lula desaparecer.
Alegaram agora que sua aparição poderia provocar tumulto e ele poderia fugir!
E talvez
se refugiar numa favela dominada por uma milícia, chefiada por um sujeito cujos parentes, ascendente e cônjuge, trabalhem em algum gabinete.
Canalhas!
* Lelê Teles é jornalista, publicitário e roteirista