Escolas abertas

As escolas das redes estadual e municipal de ensino estão de portas abertas, prontas para receberem professores e alunos, com toda a segurança possível. As vacinas disponíveis, mais o rigor dos protocolos estabelecidos pretendem remediar a desvantagem em relação às escolas da rede particular. Nestas, o retorno às aulas presenciais se deu há meses.
De fato, convém retomar as atividades, a bem do aprendizado dos estudantes sergipanos. As aulas presenciais na rede pública local estavam suspensas desde o início da pandemia, quando o ensino remoto virou regra. Sem outro remédio, professores e alunos foram obrigados a se comunicar pelo ecrã de aparelhos de telefone e outros gadgates, com prejuízos presumíveis, embora ainda não auferidos. Há quem afirme que, em termos de ensino, os últimos dois anos foram perdidos.
Em Sergipe, ainda não há estatísticas recentes. Em São Paulo, contudo, 96,6% dos estudantes terminaram a escola com desempenho insuficiente em matemática, ano passado. Em média, a defasagem de aprendizado chega a quase seis anos, com o aluno terminando o terceiro ano com o conhecimento previsto para o sétimo ano do ensino fundamental.
Certo é que os estudantes da rede estadual de ensino já estão em franca desvantagem, em relação aos alunos matriculados na rede particular de ensino, com as consequências de sempre. A situação não é nova. Mas, assim como a desigualdade, de modo mais abrangente, o abismo que os separa, uns e outros, também foi aprofundado pela pandemia ainda em curso.