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Gênero e raça


Publicado em 29 de agosto de 2024
Por Jornal Do Dia Se


O País de carne e osso é miscigenado e mestiço, com mais da metade da população de pretos e pardos

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O Instituto Alziras lançou oMonitor da Violência Política de Gênero e Raça, um estudo inédito que analisou 175 casos monitorados pelo Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero (GT-VPG), do Ministério Público Federal. A pesquisa aponta que apenas 7% das representações resultaram em ações penais eleitorais até janeiro de 2024, e destaca a necessidade de aprimorar os mecanismos de proteção para as mulheres na política brasileira.

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O levantamento rima com a representação feminina e negra no Congresso Nacional. No Brasil real, por assim dizer, mais da metade da população é de mulheres. Na Câmara dos Deputados, elas ocupam apenas 15% das cadeiras. O País de carne e osso é miscigenado e mestiço, com mais da metade da população de pretos e pardos. Na Câmara, estes não chegam a 25%.

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Apenas 8,3% da população brasileira tem formação em nível superior. No entanto, os diplomados são imensa maioria na Câmara, ocupando quase 81% das cadeiras. E por aí vai.

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Representatividade importa. Não se trata aqui de questionar o resultado auferido nas urnas, acima de qualquer suspeita razoável. Longe disso. Mas a falta de semelhança e parecença entre eleitores e os seus representantes faz pensar se a Câmara dos Deputados pode mesmo ser chamada de A Casa do Povo, como é vocalizado sem muita convicção por homens brancos, educados e muito bem pagos, nos discursos mais inflamados.

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Em que pese a crise de representatividade perpetuada por uma sabotada reforma eleitoral, é preciso admitir as regras do jogo democrático e respeitar o voto dos brasileiros. Mas, a bem da verdade, a composição da Câmara dos Deputados, bem como de todo o Congresso Nacional, apenas para ficar no primeiro escalão da República, está longe de refletir os embates de todos os dias travados nas filas, nas vilas e favelas. Talvez por isso, a vida no andar de baixo seja tão dura e questões sensíveis, como a legalização do aborto, por exemplo, jamais sejam discutidas seriamente.

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