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Infância perdida


Publicado em 08 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


A ausência de leitos de urgência pediátrica é um problema crônico da saúde em Sergipe

O Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese) realizaram uma inspeção na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, como parte da investigação sobre o aumento de 19,5% da mortalidade infantil no estado, registrado em 2023. Entre os problemas constatados, o MPF e o Cremese identificaram que a escala médica está incompleta nos fins de semana. A direção do hospital informou que a empresa INTS foi contratada para cobrir a demanda, mas ainda não cumpriu o contrato, efetivamente, até o momento.

Além disso, foi identificado que a unidade tem espaço físico insuficiente para o número de leitos neonatais disponíveis, comprometendo o distanciamento máximo de um metro entre leitos para evitar contaminação, o que gera riscos de saúde e contraria Resolução da Diretoria Colegiada a respeito do tema.

Eis as condições enfrentadas pelo Sistema Único de Saúde em Sergipe. Pior do que a pediatria, deficiente até mesmo na rede privada, só a situação dos pacientes oncológicos, em uma batalha de vida e morte contra a doença, sem recursos para bancar um tratamento sempre muito dispendioso. Sem os leitos prometidos pelo ex governador Jackson Barreto, sem o Hospital do Câncer, os enfermos dependentes do SUS percorrem verdadeira via crucis em busca de assistência médica.

A ausência de leitos de urgência pediátrica, a assistência neonatal aqui incluída, é um problema crônico da saúde em Sergipe. Gestores das esferas públicas e privada lidam com a situação há anos, sem jamais se aproximar de uma solução.

Independente da estação, entretanto, as unidades de saúde voltadas para a primeira infância sucumbem, sem planejamento para atender a população.

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