Manifestação folclórica envolve toda a população do município de Laranjeiras
Laranjeiras promove nova edição da festa dos "Lambe-sujos e Caboclinhos"
Publicado em 10 de outubro de 2012
Por Jornal Do Dia
A Prefeitura de Laranjeiras, através da Secretaria Municipal de Cultura, promove no próximo domingo, (14), mais uma edição da festa dos Lambe-sujos e Caboclinhos, uma tradição centenária que atrai todos os anos uma multidão para a capital da Cultura Popular.
O início da festa se dá cerimonialmente na madrugada do domingo, com a alvorada de foguetes de artifício e o primeiro encontro do grupo dos negros, os lambe – sujos na casa do rei. O maracatu começa aos poucos, na mesma medida que a cidade acorda e que seus visitantes chegam. Nas primeiras horas da manhã, também os caboclinhos começam o seu ritual.
A tinta xadrez vermelha colore de um rubro fosco os corpos dos brincantes que com cocares, pulseiras e tornos se ornamentam para o desfile de um dia todo. Em fileiras indianas, comportados e atentos aos toques da caixa que marca seus passos, os caboclinhos são em sua maioria caboclinhos mesmo, com idade média de 10 anos de idade.
Os lambe-sujos se reúnem nas horas mais altas da manhã para começar às veras a brincadeira. As bacias com o mel de cabaú e tinta xadrez se amontoam na calçada e o brilho do sol "encandeia" a vista de quem presencia. Mais difícil do que não sambar com os negros é ficar limpo durante todo o dia. A partir de então os dois grupos estão devidamente paramentados a desfilar pelas ruas de Laranjeiras. Em alguns momentos do dia, os dois grupos se encontram e seus líderes travam embaixadas.
À tarde, é vez das figuras reais dos grupos entrarem em cena. Enquanto os lambe – sujo buscam seu Rei, o Pai Juá e sua Mãe Susana, os caboclinhos buscam seus príncipes e princesas. Daí então, entra-se na fase crucial que são as embaixadas na região do quilombo, montado pelos negros.
Enquanto o inimigo não vem a festa é grande. O samba está no seu auge. Pode-se ver o negro vigilante nas nuvens a avisar da chegada dos índios. E eles chegam. Uma luta. Duas lutas. Três lutas e vitória dos índios. O castigo para os negros é terem que pedir esmolas ao público para dar ao seu algoz. E assim termina a saga de nossos ancestrais. A guerra existe, mas a alegria da festa não é ofuscada por nenhuma convenção social.