Like a rollingstone

 

Só espero da vida a sorte grande de envelhecer como um Rolling Stone. Não me refiro apenas às drogas e o sexo, à soma pornográfica de dinheiro que Mick Jaguer, Ron Woode Keith Richards podem se dar ao luxo de torrar. Quero, antes, viver de verdade, até o último suspiro. Do pó ao pó, sem arrependimentos.

Sê inteiro em tudo que fazes, aconselha o poeta. A faixa de abertura do álbum ‘Hackney Diamonds’, o primeiro álbum de inéditas dos Stones, desde 2005, afirma algo parecido.

Há, como sempre, o impulso desgovernado do desejo. Um cavalo corre sem arreios, feito um animal selvagem. Ao outro, a contingência de lidar com as circunstâncias,o erro, o imprevisto.

Pobre de mim, um escrevinhador às voltas com a meia idade, para lá do cabo da boa esperança, provocado pelas palestras e patadas de guitarristas ainda mais velhos do que eu. Estamos vivos, no entanto. E ainda chutando.

“Deixe a música tocar alto, deixe estourar pelas nuvens, até sentirmos o calor do sol. Vamos cantar, vamos gritar. Vamos todos ficar em pé, orgulhosos. Deixe os velhos  acreditarem que ainda são jovens”, aconselham os Rolling Stones.