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No susto
Publicado em 11 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
O roteiro é conhecido dos brasileiros, sempre muito negligentes em matéria de segurança. A reboque das tragédias de grande repercussão, providências são adotadas. Foi assim após o incêndio da Boate Kiss, quando os cadáveres carbonizados no sul do país lembraram prefeitos e governadores das próprias responsabilidades. Ocorre de novo, depois de um grande bloco de rocha desabar sobre os visitantes de um parque geológico, no interior de Minas Gerais. No susto, o governo de Sergipe finalmente desperta.
Os cânions do São Francisco talvez não estejam imunes às intempéries. Não se sabe. Estudos neste sentido jamais foram realizados. Agora, no entanto, Sergipe e Alagoas se mobilizam para evitar o pior.
A perícia nos cânions do Rio São Francisco, localizado na divisa entre os dois estados, deve conter com a participação de profissionais do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), técnicos da Defesa Civil, professores e pesquisadores, além de peritos da Marinha do Brasil. O objetivo é um só: auferir o índice de vulnerabilidade do meio ambiente. Antes tarde do que nunca.
Em Minas Gerais, o alerta ecoou com volume de tragédia. O prefeito de Capitólio admitiu que nunca houve preocupação com risco geológico no Lago de Furnas. Além disso, não há política nacional para o mapeamento dos patrimônios geoturísticos brasileiros. As raras iniciativas existentes são independentes, tocadas sem o apoio necessário de órgãos públicos.