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O “bilhete de esperança” que só o Brasil entende


Publicado em 08 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Gregório José Lourenço Simão

 

Ah, a raspadinha está de volta! O Brasil, sempre a postos para dar uma segunda chance a qualquer ideia que envolva tirar o suado dinheiro do bolso do cidadão. Na era dos smartphones, inteligência artificial e apostas online, a Caixa resgata o bilhete físico da raspadinha, um tributo quase romântico a um tempo em que, para apostar, bastava uma moedinha e um pouco de fé na sorte. Mas os 25 animais escolhidos no “Jogo do Bicho”criado em 1892, no Rio de Janeiro, pelo Barão João Batista Viana Drummond como uma atração para os visitantes de seu Jardim Zoológico. (Em tempo, o Jogo do Bicho é contravenção penal).
Mas voltemos ao que interessa, a Raspadinha está agora, relançada com prêmios entre R$ 2,50 e R$ 2 milhões. Ela promete aos brasileiros uma nova chance de fazer o que já fazem no dia a dia: raspar o fundo do bolso e descobrir… nada.
Claro, há a promessa de uma versão digital em breve, porque, no Brasil, tudo que começa físico um dia se digitaliza. A ideia é genial: em vez de arrastar o dedo pra cima e ver o extrato do banco despencar, o cidadão vai arrastar o dedo para raspar o bilhete virtual e, quem sabe, ter a ilusão de que está ficando rico antes de voltar à realidade.
E vamos SER BEM FRANCOS, a “raspadinha” é mesmo uma metáfora perfeita para o brasileiro. Paga-se para raspar uma camada de tinta, esperando que, debaixo dela, estejam as respostas para uma vida mais leve. O pior? A Caixa Econõmica Federal ainda chama isso de “jogo responsável”, como se o cidadão, depois de raspar o décimo bilhete sem sucesso, fosse parar para refletir: “Acho que é hora de rever meu orçamento mensal.”
Enquanto isso, o governo já vislumbra a arrecadação de R$ 2,9 bilhões até 2026. Para onde vai esse dinheiro? Segundo a Caixa, para programas de política pública, claro! Então, enquanto o povo raspa bilhete, quem ganha é o governo, que, além de financiar esses “programas de bem-estar”, ainda embala os sonhos dos apostadores com a promessa de uma grande virada. É o que chamamos de raspar até o último centavo… com muita responsabilidade.

 

* Gregório José Lourenço Simão, Jornalista/Radialista/Filósofo

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