O PARTIDO MIDIÁTICO EXPÕE SUA CAMPANHA DE CLASSE
Publicado em 27 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
Um dia, quem sabe, sei lá quando, a classe trabalhadora via tomar consciência que há séculos ela está enfiada até a goela num negócio chamado luta de classes.
O pontapé inicial é descobrir que em uma sociedade capitalista como a nossa, existem duas classes distintas: a classe trabalhadora que vende sua força de trabalho para sobreviver com sua família e; a classe patronal que compra força de trabalho para revender com lucros e acumular grandes fortunas.
Uma lição trazida pela pandemia foi quando começaram as exigências para que todos ficassem em suas casas e várias cadeias produtivas paralisaram e a grita patronal deu o toque do desespero com medo que o trabalhador tomasse consciência de que sem ele não há geração de riquezas, e a economia não funciona.
Importante é que para entender toda a complicação é preciso saber quem está ao seu lado na trincheira e quem está na outra, contra.
Do seu lado, até que é fácil entender, estão seus colegas de trabalho, os sindicatos e as centrais sindicais, e partidos políticos construídos por seus iguais, que martelam na sua cabeça, todo dia, que o trabalhador só será respeitado se se unir, se confiar uns nos outros e se organizar para lutar por seus direitos.
Do lado contrário, estão aqueles que dão tapinhas nas costas, lhe chamam de colaborador em vez de empregado e dizem que se esforçar e trabalhar com afinco; um dia vai ser patrão como eles.
Um dos maiores inimigos da classe trabalhadora, o partido midiático, infelizmente, consegue que o trabalhador acredite na enganação do patrão e aceite como verdades, as verdades do opressor.
Num período de campanha eleitoral, onde o partido midiático não concorre, ele induz a classe trabalhadora eleger aqueles que vão usurpar seus direitos, especialmente seu direito ao trabalho e suas conquistas, com suas mentiras e esses não percebem que estão participando de um momento importante da luta de classes e depositam o poder nas mãos dos representantes dos patrões, disfarçados de homens e mulheres de bem e seus amigos e defensores.
Um exemplo típico: o famigerado Centrão, reeditado no governo Bolsonaro, nasceu na reta de chegada da constituinte em 1988 quando o deputado Roberto Cardoso Alves, PMDB de São Paulo, juntou todos os representantes do patronato brasileiro e fez um rolo compressor para atropelar as discussões que levavam a avanços das conquistas dos trabalhadores e demais categorias e passou o rodo, deixando o presidente Ulisses Guimarães atordoado.
Aquele golpe contra os trabalhadores, dado por um grupo coeso a serviço do patronato, com a maioria de eleitos pelos próprios trabalhadores, deu origem ao nome Centrão.
Para o ano de 2022, o partido midiático, que apoia esta anomalia em todas as legislaturas, já está em ação com seus três jornais em uníssonos em editoriais atacando o PT e Lula enquanto encontra uma terceira via que faz lembrar aquele trem, que nunca vem. Os canais do império midiático já estão em ação com mais uma de suas canalhices históricas sobre o crime de morte contra Celso Daniel, um grande quadro do PT, que ia ser o coordenador geral da campanha presidencial de Lula em 2002, ocorrido há 20 anos, que foi esmiuçado e investigado pela polícia civil comandada pelos tucanos que governam o estado há 40 anos.
Claro que o aparato Globo sabe que está mentindo, mas confia que o que deu certo em outras eleições, vai dar certo agora. O império confia na parceria com o partido militar, o partido da justiça e o partido moderador dos procuradores federais. É bom não esquecer, para não mais acontecer.
Todo o caos que o país vivencia, com mais de 623 mil mortes pela Covid-19, a recessão e milhões de desempregados comendo lixo, é fruto de uma mentira de Sergio Moro sobre um tríplex, massificada pela Rede Globo.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político