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O proveito da Ciência
Publicado em 18 de julho de 2024
Por Jornal Do Dia Se
As diversas omissões do poder público só podem ser remediadas de duas formas: vigilância e o exercício da cidadania. Adolescentes matriculadas na rede de ensino estadual, por exemplo, não cruzaram os braços ante as adversidades das circunstâncias. Ao invés de se entregarem ao lamento, abraçaram a Ciência.
Fala-se aqui de oito estudantes da escola estadual Dr. Antônio Garcia Filho, em Umbaúba, interior de Sergipe. Matriculadas em curso de iniciação científica, elas decidiram usar conhecimento para produzir absorventes sustentáveis e, assim, transformar a realidade presente.
O projeto teve início em 2023, a partir de uma redação com a temática da pobreza menstrual. Para embasar a pesquisa, as estudantes elaboraram um formulário e o distribuíram na escola. Ao constatar que muitas colegas usavam o mesmo absorvente por mais de 12 horas, elas buscaram uma solução para o problema.
Não se trata aqui de uma questão sem importância. Mas de um constrangimento vivido por muitas brasileiras. A pobreza menstrual se define pela falta de recursos básicos (absorventes ou coletores menstruais, sabonetes, água, papel higiênico), infraestrutura adequada (banheiros seguros e bem conservados, saneamento básico, coleta de lixo) e conhecimento (quebra de tabus e preconceitos sobre o tema) para lidar com a menstruação.
Nota-se, o problema em tela está intimamente ligado à desigualdade social. Também a isso, as jovens pesquisadoras de Umbaúba ensinam, presta-se a Ciência.