Pesos e medidas

Os professores da Unidade Federal de Sergipe estão cansados dos protocolos impostos pela pandemia, como todo mundo. Mas não pretendem retornar às salas de aula tão cedo. Reunidos em Assembleia extraordinária, optaram pelo ensino remoto, até que a rotina no campus não implique em risco para o corpo docente, demais servidores e estudantes.
A decisão dos professores da UFS é a mais sensata. Ano passado, quando os índices da pandemia arrefeceram e a Prefeitura de Aracaju anunciou a retomada do ensino presencial nas escolas da rede municipal, o Jornal do Dia acolheu a informação com o entusiasmo sugerido por uma boa notícia. Entre lá e cá, no entanto, muita água passou embaixo da ponte. Não se trata, portanto, de adotar dois pesos, duas medidas.
A realidade hoje é outra, muito diferente. A ponto de alguns já considerarem a necessidade de os entes locais reformarem a decisão tomada ao fim do ano passado, quando se vislumbrou a possibilidade de retomar a vida normal. Embora as redes públicas e particulares de saúde ainda não relatem um quadro de superlotação, o contágio por covid disparou, em todos os municípios do estado. Trata-se aqui de uma doença perigosa, que já ceifou a vida de seis mil sergipanos.
Daqui pra frente, até que a pandemia seja superada de uma vez por todas, todo cuidado será sempre pouco. Álcool em gel, distanciamento social, uso de máscaras ainda são indispensáveis. Os protocolos impostos à convivência entre iguais talvez tenham mudado para sempre. Tudo indica, ao contrário do que se imaginava, o pior ainda não passou. Ainda não é o momento de baixar a guarda e seguir em frente.