Potencial de sobra

Potássio e gás natural para explorar e vender, Sergipe tem. Resta saber se a demanda gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, no leste europeu, servirá de oportunidade para o aumento da produção local. O governador Belivaldo Chagas torce por isso.

Por enquanto, todas as tratativas não passam de uma aposta. Os dedos cruzados da administração estadual, no entanto, tem alguma razão de ser. Sergipe participou da elaboração do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), membro do Grupo de Trabalho Interministerial reunido para tal fim. O estado é reconhecido pelo governo federal, portanto, como um ente capaz, com know-how no assunto.

Potencial para o segmento não falta. A dependência brasileira de fertilizantes importados é escandalosa, chega a 85% do consumo doméstico. A expectativa do governo de Sergipe é que a dependência seja reduzida nos próximos anos. Os canais oficiais do governo do Estado projetam que a demanda por fertilizantes produzidos em solo pátrio aumente em pelo menos 35%, em até 30 anos.

De fato, a demanda por insumos indispensáveis ao agronegócio, mais a escalada de preços em decorrência do consumo crescente e a escassez de gás natural exigem uma política de incentivo à produção nacional de fertilizantes. Com os investimentos necessários, a implantação de um Polo de Fertilizantes em Sergipe pode suprir grande parte do mercado doméstico e prestar um grande serviço para o Brasil.