Previsão de chuva e mar agitado nas próximas 48 horas

Milton Alves júnior
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A previsão para as próximas 48 horas no Estado de Sergipe é de tempo nublado com pancadas de chuva em várias regiões, e ondas que podem alcançar altos picos nos mares e rios Sergipe, Poxim e Vaz Barris. Diante dos dois naufrágios registrados no último mês de outubro nas cidades de Areia Branca e Aracaju, a Marinha do Brasil e o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar (GMAR) alertam os pescadores para que evitem esse tipo de trabalho enquanto as águas permanecerem agitadas e impróprias para esta modalidade trabalhista. Os surfistas também devem seguir as orientações destinadas aos pescadores. Em 40 dias, cinco pessoas morreram após dois barcos afundar, e um surfista foi encontrado sem vida nas proximidades da Praia da Caueira.

Segundo estudos que ao longo dos anos buscaram averiguar as principais causas dos naufrágios de pequenas e médias embarcações em Sergipe, mais de 65% estavam relacionadas a autoconfiança de alguns pescadores ou condutores destes meios de transporte. Paralelo a falta de coletes salva vidas e precária estrutura dos barcos, a certeza de que sabem nadar em meio às ondas agitadas tem contribuído para que, a cada ano, mais pescadores tornem-se vítimas das grandes correntezas. De acordo com o major Edson, representante do GMAR, é preciso que todos estejam atentos e sigam de forma fiel as medidas de segurança a fim de inibir qualquer possibilidade de afogamento. A medida deve ser adotada em todas as cidades litorâneas e nos municípios que possuem rios ou riachos.

Para o oficial, ao seguir as orientações dos especialistas cada pescador ou surfista estará contribuindo com o trabalho das equipes de resgate. "É bom deixar claro que essa atenção redobrada também é recomendada para os banhistas que mesmo com o mar agitado tentam se afastar da margem. O perigo está em todos os cantos, e quando o clima apresenta esse tipo de instabilidade é de fundamental importância que todo o cuidado seja pouco. Estaremos sempre dispostos a atender as ocorrências que forem registradas ou flagradas, mas precisamos mesmo é do apoio e conscientização de todos", afirmou.

Nos dois sinistros registrados em outubro deste ano, as equipes de resgate dos Bombeiros e da Marinha acreditam que o naufrágio do barco de pesca pode ter sido provocado por uma suposta falta de atenção dos pescadores que conduziam a embarcação, combinada com as más condições da maré. Chovia muito na ocasião, o mar estava revolto e os ventos chegaram a alcançar velocidade de até 27 km/h, considerada alta para este período e de grande risco para embarcações pesqueiras de pequeno e médio porte. Para as próximas horas a velocidade média do vento pode alcançar entre 26 e 28 km/h. O major reforçou a ordem de redobrar a atenção antes de iniciar algum tipo de navegação.

"Não custa relembrar esses dois recentes casos que foram registrados aqui em Sergipe em tão pouco tempo. As águas estão agitadas, os ventos estão fortes e está claro que a situação não é nada apta para pesca ou prática de esporte. É preciso aguardar que passe essa instabilidade climática para depois sim voltar a pescar ou surfar. Essa é a nossa dica de segurança", pontuou. Com o forte temporal registrado nas últimas horas no município de Itabaiana, o tradicional banho nas cachoeiras e no Poço das Moças, localizados na Serra de Itabaiana, também deve ser evitado pelos turistas e moradores da região. A meta dos Bombeiros da cidade também é evitar ocorrências trágicas.

– No meio pesqueiro o sentimento é de preocupação e medo para iniciar a busca por alimentos em alto mar nos dias de trovoadas. Experiente no ramo, o pescador Leonel dos Santos Batista informou ao Jornal do Dia que após a morte dos dois pescadores de camarão no mês passado, parte da categoria está evitando esse tipo de situação arriscada. "Não é só questão de medo, é questão de consciência mesmo. Depois do naufrágio alguns marinheiros da Capitania dos Portos já vieram aqui pra mostrar por A + B que essa coragem toda que nós pescadores temos pode acabar em tragédia. Eu mesmo não faço mais isso. Por mais que não chova mais, não vou arriscar até a Marinha não disse que está tudo bem", alegou.