Questão de vida ou morte

Diferente de outras datas relacionadas ao tema da saúde pública, de apelo comercial, um tanto festivas, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio aborda um assunto muito delicado, uma questão de vida ou morte para muitas pessoas.

Não se trata de capitalizar a dor alheia. Tanto é assim que o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio conta com o endosso da Organização Mundial da Saúde, com o objetivo de promover a colaboração entre partes interessadas e a auto-capacitação para lidar com a auto-mutilação e o suicídio por meio de ações preventivas.

Para tanto, é necessário investir em capacitação de profissionais de saúde e outros atores relevantes, além de realizar campanhas educativas, voltadas para a população em geral e grupos de risco, como jovens, facilitando a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho.

Em Aracaju, por exemplo, há toda uma rede de saúde pública voltada para a saúde mental da população. Apesar disso, a capital sergipana registrou mais de 1.970 casos de violência autoprovocada ao longo dos últimos 10 anos.

Suicídios e tentativas de suicídio têm um efeito dominó que afeta não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades. Fatores de risco associados ao suicídio, como perda de emprego ou financeira, trauma ou abuso, transtornos mentais e de uso de substâncias e barreiras ao acesso a cuidados de saúde, aumentaram ainda mais depois da pandemia de covid-19.

Um ano após o início da pandemia, mais da metade das pessoas pesquisadas no Chile, Brasil, Peru e Canadá relataram que sua saúde mental havia piorado. No entanto, o suicídio pode ser evitado. E o poder público também tem de meter a colher e assumir a sua parcela de responsabilidade no assunto.