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Reajuste à vista
Publicado em 13 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
A planilha de custos elaborada pelo Setransp, a fim de obter o reajuste da tarifa de ônibus, já foi tomada por uma peça de ficção. Com a queda acentuada de passageiros, desde o início da pandemia, contudo, o pleito dos empresários ganhou a força de urgência. À Prefeitura de Aracaju, cabe equilibrar a razão dos empresários com as necessidades da população, tendo em vista a melhor prestação do serviço.
Fechar a conta não será fácil. Os empresários reunidos no Setransp sofrem com a queda no faturamento e com a alta de insumos básicos, a exemplo do combustível. A população, por sua vez, teve o poder de compra muito deteriorado ao longo dos últimos meses. A inflação que maltrata uns, não poupa outros.
De fato, o setor enfrenta problemas desde o início da pandemia. Meses atrás, a demissão de centenas de trabalhadores rodoviários expôs as dificuldades enfrentadas pelas empresas reunidas no Setransp de maneira dramática – um drama econômico e também social. Na ocasião, a Prefeitura foi cobrada a adotar medidas capazes de preservar empregos. Chegou a elaborar um projeto de Lei isentando as empresas de uma taxa de operação. Necessário, o remédio não deu cabo da doença. A sangria no cofre das empresas permanece.
As dificuldades dos empresários podem até ser pontuais, derivadas das circunstâncias excepcionais de uma pandemia. Mas o problema de fundo é já muito antigo. O transporte coletivo de passageiros, a face mais saliente dos problemas de mobilidade enfrentados nas ruas da capital sergipana, precisa ser pensado com mais atenção. Sem a sempre adiada licitação, um compromisso de campanha negligenciado pelo prefeito Edvaldo Nogueira, qualquer iniciativa nesse sentido resultará insuficiente.