Samu é exemplo
Publicado em 05 de março de 2020
Por Jornal Do Dia
A terceirização de serviços ligados à saúde, segu rança e educação, cuja oferta é dever do Estado e direito fundamental de todo cidadão brasileiro, sempre redundará em polêmica.
De fato, trata-se aqui de um instrumento legal controverso. A pretensão do Governo de Sergipe, com planos de passar a responsabilidade sobre a gerência do Serviço de Atendimento Móvel para um ente privado, mediante contratação, por exemplo, colocou uma pulga atrás da orelha dos profissionais de saúde e seus representantes legais. Caberá ao fragilizado Tribunal de Contas do Estado dizer se está tudo bem.
Segundo o Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe, o governo não tem razão conhecida para contratar empresa especializada para gerenciar o SAMU. De acordo com Shirley Morales, o contrato com a Fundação Hospitalar de Saúde está em pleno vigor.
Ao lançar edital para terceirizar o Samu, o governador Belivaldo Chagas pode ter assanhado um formigueiro, sem qualquer previsão de ganho político imediato. Não é como ceder uma unidade de saúde problemática, a fim de melhor atender os cidadãos. Longe disso. Os socorristas já em serviço realizam um trabalho excelente, reconhecido pela população, com efeito positivo na redução de óbitos e no custo estratosférico do Sistema Único de Saúde.
Trata-se aqui de um serviço exemplar. Em Sergipe, o Samu realiza uma média de 4.127 atendimentos por mês. São mais de quatro mil motivos aconselhando o governador a dar ouvidos aos profissionais na linha de frente da saúde local e anunciar um razoável passo atrás.